BASES TEÓRICAS DE UM NOVO FISICALISMO: OS LIMITES DO REDUCIONISMO VIA ANÁLISE FUNCIONAL E A VIABILIDADE DA CAUSALIDADE CIRCULAR NA COMPREENSÃO DE SISTEMAS COMPLEXOS
Palabras clave:
Auto-Organização, Causalidade circular, Dualismo, Epifenomenalismo, FisicalismoResumen
Sendo a teoria dos sistemas auto-organizados um estudo de orientação inter- transdisciplinar aplicável à descrição e proposição de explicações aos sistemas abertos ou semiabertos, cujas dinâmicas organizacionais são frutos, particularmente, da interação de seus elementos constituintes, fornecendo a possibilidade de papel construtivo para as interações com o ambiente, no artigo que se segue, fazendo uso de tais preceitos da ideia de auto-organização, campo de estudos que é parte da teoria geral de sistemas dinâmicos (TSD), analisaremos a noção de causalidade circular, sugerindo que tal noção, aliada aos preceitos da teoria da auto-organização, tal qual Michel Debrun propõe, pode trazer uma luz aos problemas da abordagem fisicalista-reducionista, que se vê acuada pelo dilema apontado por Kim, em sua leitura do materialismo não redutivo. Tal dilema, de acordo com Kim, seria o seguinte: ou o mental pode ser reduzido ao físico, ou o mental não pode ser reduzido ao físico. Na primeira hipótese, o mental se torna um epifenômeno; Já de acordo com a segunda hipótese, a irredutibilidade do mental deixa inexplicado e misterioso o poder causal do plano mental. Argumentaremos que o fisicalismo, de onde deriva este dilema, assenta-se numa noção de causalidade insatisfatória no que toca à efetiva compreensão da relação mente-corpo (um sistema aberto), uma noção de causalidade cognitivista funcional, que talvez deva ser substituída por relações de causalidade alternativas, sendo a causalidade circular uma delas.