ENTREVISTA SOBRE PEDAGOGIA QUEER E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v3i6.4605Resumo
A compreensão epistemológica da Educação Inclusiva expressa um funcionamento diaspórico, isto é, as formas de construção do seu conhecimento, operam através de uma dispersão do conhecimento, distribuída por uma multiplicidade de geografias epistêmicas, entre elas, Feminismo, Teoria Queer, Estudos Postcolonial, entre outros. Neste caso, as contribuições do Feminismo e dos Estudos Queer, tornam-se instâncias chave do conhecimento para promover a proposta de uma nova racionalidade - cada vez mais ampla em suas propostas e sistemas de raciocínio - para justificar a relevância da inclusão para além da produção de ficções baseadas na inclusão no mesmo - dentro da Ciência da Educação no século XXI. Retornando à idéia de Educação Inclusiva como "categoria de análise" e "dispositivo macroeducativo" (Ocampo, 2017), esta entrevista analisa as interseções políticas, epistêmicas e pedagógicas que a Pedagogia Queer compartilha com a Educação Inclusiva; reconhecendo o primeiro como uma das suas principais memórias epistêmicas de transformação. Nessa ocasião, o Dr. Nilson Dinis, acadêmico do Departamento de Educação e Não-Programa de Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos, nos dá reflexões interessantes sobre a configuração de um campo que, embora exprima uma longa história em epistemologias subalternas, é conhecida e entendida a partir de uma posição de afastamento e periferia na educação e no treinamento de professores. O Dr. Dinis também aprofunda a compreensão do trans, sua agência e repercussões políticas nas gramáticas educacionais. Ao mesmo tempo, dá idéias-chave para abordar o currículo, as lógicas operacionais das instituições educacionais e a co-gestão das identidades sexuais no contexto educacional. Indubitavelmente, suas contribuições contribuem para posicionar um tópico que as políticas públicas e educacionais no campo da produção de Educação Inclusiva, é subalternizado, gerando novas estratégias de apartheid do conhecimento ou em termos de Spivak (1998) ou Foucault (1970) , a violência epistêmica, se tornam os chamados "vazios da diversidade", que são apenas declarações que atraem a noção de diferença para o centro do capitalismo, sem abordá-lo, deixando-o em uma situação permanente de desvalorização social e indefesa. Em suma, a entrevista espelha uma crescente complexidade, convidando-nos a superar as simplicidades pedagógicas a este respeito.
Palavras-chave: pedagogia queer, educação inclusiva, multiplicidade de diferenças, ação e resistência política.
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Referências
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