PINTANDO BOCAS MONSTRAS POR MEIO DA PE-DRAG-OGIA
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v4i7.5104Resumo
O presente artigo visa propor uma transformação na pedagogia formal, que exclui, violenta e silencia bocas não contempladas pelos padrões hegemônicos de normalidade, propondo então uma pe-drag-ogia, inventiva, pirateadora, amorfa e transformista. Para tal, busca-se entender algumas das instâncias que violentam as sujeitas desviantes das normas hegemônicas de ser e estar no mundo, cruzando com propostas pedagógicas, teóricas, práticas e artísticas de emancipação, resistência e afronte. A metáfora de pintar a boca diz de ouvir os lugares de fala há tempos negligenciados nas plataformas formais, como bocas trans, bocas negras, bocas mulheres, bocas abjetas. Conclui-se, então, que a pe-drag-ogia não é uma invenção, mas uma tradução pedagógica de movimentos artísticos dissidentes já existentes.
Palavras-chave: Pedagogia; Drag Queen; Travesti
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