Educação infantil na rede pública de Salvador e as relações de gênero: escrevivência quanto à resistência docente e à formação da criança como sujeito
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v4i7.5107Palavras-chave:
Experiência. Educação infantil. ResistênciaResumo
Este resumo refere-se à resistência docente na educação na rede pública em Salvador. A partir da escrevivência (EVARISTO, 2017) – escrita a partir das experiências vividas –, constrói-se a narrativa deste trabalho. Os relatos presentes no texto referem-se a uma atuação docente entrelaçada com as vivências, não havendo, portanto, a separação entre o pessoal e a atividade política (DAVIS, 1976). Entende-se que as experiências possibilitam a formação do sujeito, por isso a construção do sujeito é vista como dialética, pois a razão dialética, como afirma Sartre (2002), constrói-se no mundo e através do mundo. O sujeito, sobretudo no que diz respeito aos alunos da educação básica na rede pública, constrói-se a partir das relações com o mundo. E, diante da diferença e da intolerância a essas diferenças, as crianças reivindicam o respeito as suas estéticas, bem como aos seus desejos. Diante dessas diferenças e de um padrão esperado pela sociedade, mas ao qual as crianças não se enquadram, elas veem-se como um ser inadaptado, com confusões mentais (PIRES, 2010). Então, tomando a vivência como sumo da escrita, tais situações são relatadas no artigo a partir de cenas e fatos que possibilitam a reflexão quanto ao contexto escolar, principalmente no que diz respeito a gênero e raça. Toma-se como objetivo, portanto, na atuação como professora, problematizar tais questões em sala, obtendo a transformação educacional na primeira infância, através de discussões que abarquem a existência do preconceito na sociedade. Entende-se que a educação básica em rede pública deve ser contemplada com discussões embasadas e com profissionais qualificados, como doutoras/es, por exemplo, lecionando e resistindo nessas redes de ensino. Busca-se atuar na docência como um sujeito localizado crítico (HARAWAY, 1995), conhecendo a realidade e a problematizando, a fim de criar, diante das intolerâncias, uma sociedade igualitária.
Palavras-chave: Experiência. Educação infantil. Resistência. Relações de gênero.
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