Educação Escolar Quilombola: relatos de experiência docente
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v5i9.6662Palavras-chave:
educação escolar quilombola; currículo; experiênciaResumo
O artigo apresenta a experiência de formação de professores que atuam em uma escola quilombola em Nordestina, interior da Bahia. A formação foi pensada na e pela experiência, a partir dos pressupostos de Jorge Larrosa Bondía, enquanto dispositivo de subjetivação visibilizado nos cenários propostos como Grupos de Experiência, metodologia de pesquisa que permitiu a coleta de informações por provocar desestabilizações todos os envolvidos, pelas situações em que são provocados ao relatar suas experiências, momentos em que as invenções de si também possibilitam construções narrativas sobre o outro. O texto apresenta o processo formativo de professores(as), destacando modos de fazer curriculares em suas relações e tensões com as comunidades quilombolas do entorno. Ao mesmo tempo, a sistematização dos relatos permitiu questionar alguns pressupostos consolidados na produção acadêmica sobre educação escolar quilombola. O artigo propõe que as dificuldades no tratamento de questões étnico-raciais no espaço escolar têm uma relação direta com as trajetórias de vida dos docentes, suas expectativas e impressões sobre a escola em que atuam.
Palavras-chave: educação escolar quilombola; currículo; experiência.
Downloads
Referências
ALVES, Isis C. P. Fazer do vivido história de vida: a (des)articulação das referências na escrita do memorial de formação. (Dissertação de Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia – UFBA, Salvador, 2013.
ARRUTI, J. M. “A emergência dos "remanescentes": notas para o diálogo entre indígenas e quilombolas.” Mana Vol.3, n.2. Rio de Janeiro, 1997. https://doi.org/10.1590/s0104-93131997000200001
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.
CARVALHO, Maria Inez. “O a-con-te-cer de uma formação”. Revista da FAEEBA. v.1, n. 1, Salvador, 1992.
CERTEAU, Michel de. A Invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. 16. ed. (Trad.) Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 2009.
DELEUZE, G; GUATTARI, F. Mil platôs. Capitalismo e Esquizofrenia 1. Vol. 1. São Paulo: Editora 34, 1996.
DERRIDA, J e ROUDINESCO, E. De que é amanhã: Diálogo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
DERRIDA, J. Margens da Filosofia. Campinas : Papirus, 1991.
FERNANDES, Mille C. MBAÉTARACA: uma experiência de educação de jovens quilombolas no município de Nilo Peçanha/BA. Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Salvador, 2013.
FERRAÇO, Carlos E; NUNES, Kezia R. “Currículos, culturas e cotidianos escolares: afirmando a complexidade e a diferença nas redes de conhecimentos dos sujeitos praticantes.” In: FERRAÇO, Carlos E; CARVALHO, Janete M. (Orgs) Currículos, Pesquisas, Conhecimentos e Produção de Subjetividades. Petrópolis: DP&A/ Vitória: NUPEC/UFES, 2013.
FERREIRA, Antonio. O currículo em escolas quilombolas do Paraná: a possibilidade de um modo de ser, ver e dialogar com o mundo. (Tese de Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Educação Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2014.
GILROY, P. O Atlântico Negro. Modernidade e dupla consciência. São Paulo, Rio de Janeiro, 34/Universidade Cândido Mendes – Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2001.
HALL, S. Da diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2006.
JESUS, Rosane Vieira de. Comunicação da experiência fílmica e experiência pedagógica da comunicação. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.
LARCHERT, J. M. Resistência e seus processos educativos na Comunidade negra rural quilombola do Fojo – BA. (Tese de Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Educação do centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2014.
LARROSA, J. Nietzsche e a Educação. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
LARROSA, J. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação, nº 19, 2002. https://doi.org/10.1590/s1413-24782002000100003
LARROSA, J. “Tecnologias do eu e educação” In: SILVA, Tomaz Tadeu. O sujeito da educação. Petrópolis: Vozes, 1994.
MACEDO, E. “Base Nacional Curricular Comum: A falsa oposição entre conhecimento para fazer algo e conhecimento em si.” Educação em Revista. Belo Horizonte. V.32, n.02, p. 45-67, 2016. https://doi.org/10.1590/0102-4698153052
MACEDO, E. e PEREIRA, M. Z. “Currículo e diferença no contexto global” In: PEREIRA, Maria Zuleide; CARVALHO, Maria Eulina P.; PORTO, Rita de C. C. Globalização, interculturalidade e currículo na cena escolar. Campinas: Alínea, 2009.
MACEDO, Elizabeth. “Currículo como espaço-tempo de fronteira cultural.” Revista Brasileira de Educação. v.11, n.32, p. 285-297, 2006. https://doi.org/10.1590/s1413-24782006000200007
MACEDO, Elizabeth. Currículo e conhecimento: aproximações entre educação e ensino. Cadernos de Pesquisa, vol. 42, n. 147, p. 716-737, 2012. https://doi.org/10.1590/s0100-15742012000300004
MACEDO, Marluce L. Tradição oral afro-brasileira e escola: (des)encontros na encruzilhada: Uma reflexão a partir do município de Santa Bárbara - Ba. (Dissertação de Mestrado) Programa de Mestrado em Educação e Contemporaneidade. Universidade do Estado da Bahia: Salvador, 2012.
MACEDO, R. Etnopesquisa crítica. Etnopesquisa-formação. Brasília: Liber Livro, 2006.
NIETZSCHE, F. Ecce Homo. Como se chega a ser o que se é. São Paulo: Editora Escala, 2013.
OLIVEIRA, Inês B. de. “Currículos e pesquisas com os cotidianos: o caráter emancipatório dos currículos pensadospraticados pelos praticantespensantes dos cotidianos das escolas. In: FERRAÇO, Carlos E; CARVALHO, Janete M. (Orgs) Currículos, Pesquisas, Conhecimentos e Produção de Subjetividades. Petrópolis: DP&A/ Vitória: NUPEC/UFES, 2013.
OLIVEIRA, Iris Verena. ‘HISTÓRIA PRA NINAR GENTE GRANDE’: currículo e formação de professores quilombolas. Revista Exitus. Santarém/PA, Vol. 10, 2020, p. 1-30. https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n0id1139
OLIVEIRA, Iris Verena. Ser quilombola: práticas curriculares em educação do campo. Revista da FAEEBA. Educação e Contemporaneidade. v. 26, n. 49, 2017, p. 139-154. https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2017.v26.n49.p139-154
SANTANA, Carlos E. Pelejando e arrudiando. Processos educativos na afirmação de uma identidade negra em território quilombola: Baixa da Linha. (Tese de Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Salvador, 2015.
SANTOS, Ana Paula M. A experiência na formação, a formação na experiência e a ampliação da esfera de presença. (Dissertação de Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia – UFBA, Salvador, 2011.
SILVA, Cassandra M. da S. Precipitação curricular responsável: entre a estratégia e o limite singular da identidade negra. (Doutorado em Educação) Programa de Pós-graduação em Educação, 2015.
SILVA, Givânia M. da. Educação como processo de luta política: a experiência de ‘educação diferenciada’ do Território Quilombola de Conceição das Crioulas. Dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação. Mestrado em Políticas Públicas e Gestão da Educação. Brasília: UNB, 2012.
SKLIAR, C. “A educação que se pergunta pelos outros: e se o outro não estivesse aqui?” In: LOPES, A. MACEDO, E. (Org.) Currículo: debates contemporâneos. São Paulo: Cortez, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 ODEERE
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você é livre para:
Compartilhar - copia e redistribui o material em qualquer meio ou formato; Adapte - remixe, transforme e construa a partir do material para qualquer propósito, mesmo comercialmente. Esta licença é aceitável para Obras Culturais Livres. O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Sob os seguintes termos:
Atribuição - você deve dar o crédito apropriado, fornecer um link para a licença e indicar se alguma alteração foi feita. Você pode fazer isso de qualquer maneira razoável, mas não de uma forma que sugira que você ou seu uso seja aprovado pelo licenciante.
Não há restrições adicionais - Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outros para fazer qualquer uso permitido pela licença.