Feminismos negros e decolonialidade
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v6i01.8468Palavras-chave:
feminismo negro, educação, antirracismo, antissexismo, decolonialidadeResumo
A partir da conjectura de que a história e atuação de escritoras feministas negras é uma maneira de tensionar as relações sociais para resolver problemas oriundos da colonização, este estudo parte do pressuposto de que a inserção, teorização dos papéis e contribuições dessas autoras na educação corrobora para desconstrução de narrativas éticas e estéticas pautadas no viés eurocêntrico. Objetiva-se destacar a potencialidade do pensamento feminista negro, utilizando a categoria da interseccionalidade, para incluir possibilidades pedagógicas de fomento ao debate de raça/etnia, classe e gênero, no âmbito educacional e combate ao racismo estrutural, sexismo e cultura patriarcal, advindos da colonialidade. Para tanto, parte-se de uma abordagem metodológica feminista, bibliográfica e qualitativa e se constitui em um diálogo ancorado em autoras estrangeiras e brasileiras, sobretudo negras e decoloniais no qual constata-se que o pensamento feminista negro pode colaborar para a construção de uma educação antirracista e antissexista para promover a decolonialidade do saber.
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