Branquitude, racismo e sexismo em docências realizadas por mulheres negras no ensino de história
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v6i01.8535Palavras-chave:
Ensino de História, Branquitude, Racismo, Sexismo, Estágios Curriculares ObrigatóriosResumo
Objetiva-se no texto analisar o ensino de história na formação inicial e continuada, através do estágio docente obrigatório em espaços escolares, tematizando o racismo institucional e o sexismo. O conceito de racismo institucional será interseccionado com o de sexismo, pois a análise destaca fenômenos observados com jovens estudantes negras, licenciandas do Curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Sob a perspectiva da abordagem qualitativa, consideram-se as práticas pedagógicas, construídas em processos de ensino e pesquisa, desenvolvidas a partir de autorreflexões e entrevistas abertas com estudantes negras em formação inicial. Problematiza-se a presença da branquitude, do sexismo e do racismo nas formas de viver e pensar essas práticas pedagógicas. Fundamenta-se em autoras como bell hooks, Grada Kilomba, Nilma Lino Gomes e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, em associação com produções do campo específico do ensino de história no Brasil. As considerações parciais apontam a presença hegemônica das maneiras de agir e de pensar da branquitude no imaginário das comunidades escolares e universitárias, produzindo ações de discriminação racial e de gênero.
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