Circulação de saberes entre instituições: um caminho para decolonização da didática da Matemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/odeere.v6i2.9809

Palavras-chave:

Teoria Antropológica do Didático, Circulação de praxeologias, Decolonização didática

Resumo

O presente artigo insere-se no quadro da Didática da Matemática (DM), alicerçando na Teoria Antropológica do didático (TAD), uma teoria que tem o objeto de saber como seu foco, analisando-o a nível epistemológico e institucional e tem entre os seus elementos primitivos de analise, a abordagem ecologia, praxeológica e a noção de relação ao objeto. É sobre a relação ao objeto que o artigo concentra a sua discussão, a nível teórico, objetivando mostrar como a DM pode contribuir para um debate sobre a decolonização epistemológica de saberes no ensino da Matemática. Em nossa analise, destacamos a abordagem ecológica como o principal elemento de análise na TAD que, ao se situar na análise das condições e restrições de vida do objeto em seu ambiente conceitual, procura compreender como o objeto está posto nos currículos, ao questionar sobre o que existe? o que não existe? o que desapareceu e porquê? o que existe em outros ambientes de vida e não estão aqui? Porque que não estão aqui? Etc. A DM procura por este meio, questionar e denunciar as práticas de ensino que tem as epistemologias do pensamento moderno colonial, eurocêntrico/ocidental como únicas formas de produção do conhecimento matemático, e que por via disso, tendem a subjugar, subalternizar, primitivizar sabedorias outras, não eurocêntricas/ocidentais. Ao mesmo tempo que denuncia, por meio da abordagem praxeológica, propõe ações, mecanismos que possibilitem trazer e discutir as sabedorias não eurocêntricas/ocidentais em espaços escolares, para participarem do processo de produção do conhecimento científico, através do processo de circulação de saberes ou praxeologias entre instituições. 

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Biografia do Autor

Domingos Arcanjo Antonio Nhampinga, Universidade Púnguè / Universidade Federal da Bahia

Moçambicano, natural da província da Zambézia, distrito de Mopeia, nascido a 02/02/1987. Doutorando em Ensino, Filosofa e História da Ciência pela Universidade Federal da Bahia em cooperação com a Universidade Estadual de Feira de Santana – Brasil. Mestre em Estatística (2016) pela Universidade Pedagógica - Maputo/Moçambique em cooperação com a Universidade Complutense de Madrid – Espanha. Bacharel (2010) e licenciado (2011) em Ensino de Matemática pela universidade Pedagógica - Quelimane/Moçambique. Docente da Universidade Púnguè - Extensão de Tete desde 2019. Foi docente da Universidade Pedagógica - Delegação de Tete (2012 - 2019). E-mail: daanhampinga@gmail.com

Luiz Marcio Santos Farias, Universidade Federal da Bahia-Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos (IHAC)

Professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos (IHAC), Coordenador do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia-IHAC, da Universidade Federal da Bahia-UFBA, da Faculdade de Educação da UFBA e do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da UFBA/UEFS, do qual foi coordenador de 2014 a 2016 e de 2016 a 2018. Graduado em Matemática (UFBA/UCSAL), Pós-graduado em Didática e Metodologia do Ensino Superior (EEAB), Mestre (UJF-França) e Doutor (UM2-França) em Didática das Ciências e Matemática. E-mail: lmsfarias@ufba.br

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Publicado

2021-12-29

Como Citar

Nhampinga, D. A. A., & Farias, L. M. S. . (2021). Circulação de saberes entre instituições: um caminho para decolonização da didática da Matemática. ODEERE, 6(2), 167-201. https://doi.org/10.22481/odeere.v6i2.9809