Indagando a “História única” no ensino de frações por meio do olho de Hórus, um Deus do Kemet
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v6i2.9877Palavras-chave:
Ensino de Matemática, Decolonialidade, Interculturalidade crítica, FraçãoResumo
Este texto visa questionar as construções racistas que fundamentaram discursos sobre a irracionalidade de não europeus. Apontamos alguns posicionamentos de filósofos que corroboraram para a construção do racismo científico. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. O objetivo foi, por meio de propostas decoloniais, mostrar que africanos inventaram o objeto matemático fração, bem como sua notação atual. Os mais antigos registros históricos sobre esse objeto são os antigos papiros keméticos, sendo o Papiro de Ahmes, o mais importante deles. Mostramos exemplos da forma hierática de representar frações e recorremos ao Mito Hórus, deus kemético para mostrar que frações estavam relacionadas ao cotidiano da civilização egípcia antiga.
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