CORPO-INTÉRPRETE E SURDEZ: O CONFRONTO DE FORMAÇÕES DISCURSIVAS NA ARRISCADA ORDEM DO DIGITAL
Palabras clave:
Corpo-intérprete, Formações discursivas;, Ordem digital, SurdezResumen
O aumento significativo de usuários da internet no Brasil tem permitido a sujeitos diversos experimentar a arriscada ordem dos discursos (FOUCAULT, 2010b) digitais, produzindo novas práticas comunicativas ou assumindo novos papéis. Paralelo a esse movimento, com a maior disseminação da Língua Brasileira de Sinais (Libras), a partir da promulgação da Lei nº 10.436/2002 e da publicação do Decreto 5.626/05, que a regulamenta, professores, pesquisadores, movimentos sociais e a sociedade em geral passaram a assumir posições diferentes a respeito de binarismos ligados à surdez: o como se deve dar a educação de surdos e em que condições se é legítimo realizar/disponibilizar uma tradução/interpretação na língua de sinais. No segundo binarismo, inquieta-nos, principalmente, olhar para o papel que é exercido pelo “corpointérprete” que realiza/veicula em redes sociais traduções em Libras de produtos midiáticos populares, fazendo de sua corporeidade um verdadeiro arquivo gestovisual. Das condições de possibilidade (FOUCAULT, 2010b) desse cenário plurissignificativo, buscamos contribuir com o debate acerca da temática, delineando, sob os pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso de Língua Francesa (AD), no diálogo com diferentes perspectivas que discutem a surdez, as condições de emergência que fizeram do espaço digital do Facebook e do Youtube uma espécie de arena que permite uma escritoralidade (GALLO, 2012) singular, no confronto entre Formações Discursivas (FOUCAULT, 2010a) distintas em torno da surdez