VIDA E IMAGEM: SOBRE RELAÇÕES EXPRESSIVAS, RASTROS E FISIOGNOMIA EM ALGUNS ESCRITOS DE WALTER BENJAMIN
Palabras clave:
Relações expressivas, fisiognomia, vida, imagem, Walter BenjaminResumen
Em vários momentos da obra de Walter Benjamin (1892-1940), o autor aponta para uma substituição da discussão sobre a cultura e seus conteúdos a partir da perspectiva marxista clássica, a qual utiliza unicamente as relações causais entre base econômica e superestrutura de consciência e ideologia, por outros procedimentos que tentam avaliar as “relações expressivas”, ou, mesmo, “o caráter expressivo” da economia na cultura e na vida. Partindo de uma nova concepção de história aberta, que questiona a noção de progresso, estabelecida pela perspectiva de uma causalidade histórica linear e ordenada proposta pelo materialismo dialético, Benjamin pensa constantemente em relações de expressão da economia na vida dos produtos culturais. Algo que pode ser “capturado”, por vezes, apenas como rastro e que serve, por sua vez, para a constituição das chamadas fisiognomias. A vida encontra, por essa via, uma forma de apresentação, uma apresentação enquanto imagem fisiognômica, que o historiador, o filósofo ou o crítico busca compreender.