NEGOCIAÇÃO DAS VOZES NARRATIVAS EM 5X FAVELA – AGORA POR NÓS MESMOS

Autores

  • Eduardo Miranda
  • Vera Follain

DOI:

https://doi.org/10.22481/redisco.v12i2.2393

Palavras-chave:

Cinema brasileiro;, Narrativa, Alteridade, Intelectual

Resumo

A crítica literária argentina Beatriz Sarlo fez a seguinte constatação, ao retratar, em seu livro Tempo passado, uma sensível mudança na narrativa dos anos 70, a partir da análise de romances que retrataram a ditadura militar daquele país: “As estruturas cederam lugar aos indivíduos”. Com esse diagnóstico, Sarlo mostrou a maneira como a memória solapou a História para que os relatos de tortura chegassem aos seus interlocutores sem o filtro autoritário do Estado. No campo da narrativa cinematográfica no Brasil, essa mudança das estruturas para os indivíduos foi empreendida não sem traumas. Até meados da década de 1960, as esquerdas acreditaram no papel pedagógico do intelectual, traduzida na narração em terceira pessoa, na “voz do saber”. No campo da ficção, entre Deus e o diabo na terra do sol (1964) e Terra em transe (1967), Glauber Rocha transitou de uma perspectiva teleológica da História à desilusão do intelectual com as grandes narrativas. O presente trabalho analisa a mudança do foco narrativo a partir do cotejamento de duas produções, uma filiada ao Cinema Novo – Cinco vezes favela (1961) – e outra em um nicho da produção contemporânea que busca privilegiar as vozes periféricas – 5X favela - agora por nós mesmos (2010). No intervalo entre um filme e outro é possível entrever as distinções do olhar sobre o espaço urbano da favela a partir da perspectiva “de dentro”, testemunhal, bem como a ascensão dessa alteridade

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Publicado

2017-09-27

Edição

Seção

Artigos