Literacia para o ensino e aprendizagem da leitura em Moçambique: do contexto multilingue à emergência de uma educação iminentemente inclusiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/redupa.v1.11268

Palavras-chave:

letramento, leitura, educação inclusiva, NEE

Resumo

O presente trabalho pretende discutir a questão da literacia/letramento para a aprendizagem da leitura de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) no contexto da Educação Inclusiva em Moçambique. O pressuposto do presente estudo é de que a aposta em eventos de letramento, ou seja, a exposição à leitura prazerosa do interesse do aluno, contribui para a aprendizagem da leitura em português (l2), considerando o contexto multilingue de convivência do português com outras línguas autóctones de origem bantu. Este trabalho não tem a pretensão de esgotar o assunto que se propõe a discutir, mas contribuir para uma reflexão aberta e franca sobre a leitura e, consequentemente, sobre a qualidade do ensino no contexto da inclusão, com base em uma revisão bibliográfica seleccionada que se configura contemporânea para a abordagem da questão em debate. Em cinco secções, o texto apresenta os fundamentos que justificam a nossa pretensão, situando o português no ensino e apresentando alguns conceitos básicos, finalizando com a apresentação de algumas considerações finais das discussões desenvolvidas ao longo do texto.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gilberto Necas Mucambe Milice, Universidade Eduardo Mondlane - Moçambique

Moçambicano, doutorando em Linguística pela UEM, docente de Técnicas de Expressão e Comunicação em Língua Portuguesa, na Escola Superior de Ciências Náuticas e coordenador de projectos de apetrechamento de bibliotecas e de incentivo à leitura no Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa, em Moçambique. Contribuição de autoria: autor.

Referências

Aiscow, M. (1999). Understanding the Development of Inclusive Schools. Falmer Press.

Aiscow, M. (2009). Tornar a Educação Inclusiva: Como esta tarefa deve ser conceituada? In favero, et. al. (2009). Tornar a Educação Inclusiva. Brasília: UNESCO. Pp. 11-23.

Allan, J. (2008). Rethinking Inclusive Education: The Philosophers of Difference in Practice. Volume 5. UK: Springer.

Arana, A.R.A. & klebis, A.B.S.O. (2015). A Importância do Incentivo à Leitura para o Processo de Formação do Aluno. Educere. X PUCRR, 26-29/10/2015.

Artiles, A. & Dyson, A. (2005). Inclusive Education in the Gplbal Age: The Promise of Comparative, Cultural-Historical Analysis. In Mitchell, D. (2005). Contextualizing Inclusive Education. London & New York: Routledge. Pp.37-62.

Barton, D. & Hamilton, M. (2012). Local Literacies: Reading and writing in one community. Routledge Linguisticas Classics. London and New York: Taylor &Francis Group.

Bavo, N. & Coelho, O. (2019). Pertinência e Urgência da Língua De Sinais (L1) e do Português (L2/Le) no Currículo dos Alunos Surdos em Moçambique. Revista e-Curriculum, São Paulo, v.17, n.3, p. 909-932 jul./set. 2019, e-ISSN: 1809-3876. Currículo – PUC/SP. http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum.

Bresson, F. (2011). A Leitura e suas Dificuldades. In Chartier, R. (2011). Práticas da Leitura. 5ª Edição. São Paulo: Editora Estação da Liberdade, Ltda. Pp. 25- 33.

Chartier, R. (2011). Prefácio. In Chartier, R. (2011). Práticas da Leitura. 5ª Edição. São Paulo: Editora Estação da Liberdade, Ltda. Pp. 18-22.

Correia, K. (2016). Projetos de Letramento no Ensino Médio: novas perspectivas e desafios Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 41, n. 1, p. 259-277, jan./mar. 2016.

EEIDCD (2020-2029). Resolução n.º 40/2020. (2020). Boletim da República, Sexta-feira, 10 de Julho de 2020, I Série – Número 131.

Ellis, R. (1999). The study of Second Language Acquisition. Oxford University, Press.

Ellis, R. (2015). Understanding Second Language Acquisition. Second Edition. Oxford University, Press.

Faquir, O. C. G. (2016). Didáctica da escrita em contextos multilingues: o caso de Moçambique – desafios linguísticos, metodológicos e contextuais. Tese de Doutoramento. Lisboa: UL – FLUL, 275 p.

Fernández Silva, I. L., et. al. (2019). El diagnóstico psicopedagógico en la atención integral a los educandos con necesidades educativas especiales. LUZ, 18(3), 120-127. Recuperado a partir de https://luz.uho.edu.cu/index.php/luz/article/view/986

Frederickson, H., Smith, K. (2003). The Public Administration Theory Primer. Colorado: Westview Press.

Freire, P. & Macedo, D. (2005). Literacy: Reading the Word and Reading the World. London: Routledge, Taylor & Francis.

Gass, S. M & Selinker, L. (2008). Second Language Acquisition: An introductory course. Third edition. New York and London: Taylor & Francis.

Gonçalves, P. & Diniz, M.J. (2004). Português no Ensino Primário: Estratégias e Exercícios. Maputo: INDE.

Gonçalves, P. (2010). Perfil Linguístico dos Estudantes Universitários: Áreas Críticas e Instrumentos de Análise. In Gonçalves, P. (2010). O Português Escrito por Estudantes Universitários: Descrição Linguística e Estratégias Didácticas. Pp. 7-50. 1ª Edição. Maputo: Texto Editores.

Goulemot, J. M. (2011). Da Leitura como Produção de Sentidos. In Chartier, R. (2011). Práticas da Leitura. 5ª Edição. São Paulo: Editora Estação da Liberdade, Ltda. Pp. 106-116.

Hallahan, D.P., Kauffman, J. M., Pullen, P.C. (2014). Learners with Learning Disabilities. In Hallahan, D.P., Kauffman, J. M., Pullen, P.C. (2014). Exceptional Learners: An Introduction to Special Education. Pp. 163-200. Twelfth Edition. London: Pearson.

Hornby, G. (2014). Inclusive Special Education: Evidence Based Pratices for Childern with Special Needs and Desabilities. New York: Springer.

Houaiss, A. (2001). Dicionário Electrónico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objectiva.

http://www.verdade.co.mz/nacional/36527-mined-reconhece-que-o-curriculo-do-ensino-primario-embrutece-as-criancas, 2013.

INE. (2019). Resultados Definitivos, Moçambique Maputo – Abril, 2019. Censo 2017: IV Recenseamento Geral da População e Habitação.

Jornal Notícias (18.5.2020). In https://jornalnoticias.co.mz/index.php/opiniao. Acessado em 08.05.2020, 14h

Kauffman, J. M. et. al. (2011). Contemporary Issues. In Kauffman, J. M. & Hallahah, D.P. (2011). Handbook of Special Education. New York and London: Routledge.

Kirk et. al. (2009). Educatimg Exceptional Children. 12th edition. Boston-New York : HM in HPC.

Kleimann, A. B. (1995). Modelos de Letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: A.B. Kleimann (org.). Os Significados do Letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado das Letras.

Krashen, S. D. (1989). Language Acquisition and Language Education: Extensions and Application. Third Edition. UK: Prentice Hall International, Ltd.

Littlewood, W. (2006). Second language learning. In Davies, A. and Elder, C. (Eds) The handbook of applied linguistics (pp. 501-524). Malden: Blackwell Publishing.

Lopes, A. J. (s/d). Política Linguística: Terra de Ninguém, Terra de Todos - Notas a partir de um Posto de Observação Moçambicano/ Language Policy: No Man’s Land, Land of All - Notes from a Mozambican Observation Post. Pp. 197-226.

Lopes, J. et. al. (2014). Ensino da leitura no 1.º ciclo do Ensino Básico Crenças, Conhecimentos e Formação dos Professores. Fundação Francisco Manuel Dos Santos. Minho: Universidade de Minho.

Mabasso, E. (2010). Estratégias linguístico-discursivas na investigação criminal: o caso das esquadras de Maputo (Tese de Doutoramento, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo).

Marcelino, C. I. M. (2008). Métodos de Iniciação à Leitura – Concepções e praticas de Professores. Tese de Mestrado em Educação. IEP/Universidade do Minho. 232 p.

Marcuschi, L. (2010). Da Fala à Escrita – Actividades de Retextualização. 10ª Edição. São Paulo: Cortez Editora.

MEC. MEC-DEE. (2004). Estratégia da Educação Inclusiva. Maputo/Moç.: Ministério da Educação.

Mendes, I. (2010). Da Neologia ao Dicionário: O Caso do Português de Moçambique. 1ª Edição. Maputo: Texto Editores.

Menezes, L. J. J. M. (2016). O Ensino Bilingue e, Moçambique: Entre a Casa e a Escola – A questão da interferência das Línguas Bantu no Português. Novas Edições Académicas.

Michaque, A. T. S. (2013). Políticas Educacionais como Mecanismo de Inserção das Pessoas Portadoras de Deficiência no Ensino: Uma Análise Histórica para o Caso de Moçambique e as Obrigações do Estado no Direito à Educação. In Massarongo-Jona, O. (2013). Revista de Direitos Humanos - Volume 2: Direitos da Pessoa com Deficiência. Maputo: UEM/FD/CDU. Pp. 29-55.

MINED. (2012). ‘Plano Estratégico de Educação, 2012-2016: Vamos aprender Construindo Competências para um Moçambique em constante desenvolvimento’. Maputo/Moç.: Ministério da Educação Maputo.

MINED. (2017). Plano Nacional de Acção de Leitura e Escrita (PLALE): Ler e Escrever em casa, Ler e Escrever na Escola e Ler e Escrever na comunidade. Maputo.

Mitchell, D. (2005). Sixteen Propositions on the Context of Inclusive Education. In Mitchell, D. (2005). Contextualizing Inclusive Education. London & New York: Routledge. Pp. 1-21.

North, D., Wallis, J., Weingast, B. (2009). Violence and Social Orders: A Conceptual Framework for Interpreting Recorder Human History. New Yor: Cambridge University Press.

Ody, M. & Viali, L. (2013). Alfabetização, Letramento e Literacia: Da Aquisição das habilidades de Leitura, de Escrita e de Cálculo à Utilização de suas Competências na Estatística e na Probabilidade. VII CIBEM. Montevideo/Uruguay. 16-20 de Setembro de 2013. 7p.

Reid, G. (2005a). Dyslexia. In Lewis, A. & Norwic, B. (2005). Special Teaching for Special Children? Pedagogies for inclusion. New york: OUP. Pp. 138-150.

Simões, D. (2006). Considerações sobre a fala e a escrita: fonologia em nova chave. São Paulo: Parábola Editorial.

Sim-Sim, I. et. al. (1997). A Língua Materna na Educação Básica – Competências Nucleares e Níveis de Desempenho. Reflexão participada. Lisboa: MINED-DEB.

Smith, F. (2004). Understanding Reading: A Psycholinguistic Analysis of Reading and Learning to Read. Sixth Edition. London: LEA.

Soares, M. (2009). Letramento: Um tema em três géneros. 3ª Edição. Belo Horizonte: Autêntica.

Street, B. (2001). Literacy and Development: Etnographic Perspectives. London and New York: Routledge, Taylor &Francis group.

Street, B. (2014). Letramentos Sociais – Abordagens Críticas do letramento no desenvolvimento, na Etnografia e na Educação. 1ª Edição. São Paulo: Parábola Editorial.

Street, B. V. (1984) Literacy in theory and practice (Cambridge: Cambridge University Press), ‘The autonomous model’, pp. 1–11. In Street, B. & Lefstein, A. (2007). Literacy: An Advanced Resource Book. Routledge. London and New York: Taylor &Francis Group.

Terra, M. R. (2013). Letramento e Letramentos: Uma Perspectiva Sócio-Cultural dos Usos da Escrita. DELTA vol.29 no.1 São Paulo 2013. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S0102-44502013000100002. Acessado em 18.10.2020.

UNESCO. (2019). Revisão de Políticas Educacionais – Moçambique. Educação 2030. Paris: SEP-DPLLS/ES.

Valério, S.M. (S/d). Letramento: Uma Estratégia Sociointeracionista ao Alcance do Professor para Incluir os Alunos com Necessidades Educacionais Especiais. Unicamp. 7p.

Varga, A. K. (1991). Teoria da Literatura. Editorial Presença.

Vygotsky, L.S. (1989). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Warnock, H. M., at. al. (1978). Report of the Committee of Enquiry into the Education of handicapped Children and Young People. London: Her Majesty's Stationery Office.

Zigmond, N. & Baker, J. M. (1997). Inclusion of pupils with learning disabilities in general education settings. In Pijl, et. al. (1997). Inclusive Educaction: A Global Agenda. London & New York: Routledge

Downloads

Publicado

2022-11-02

Como Citar

MILICE, G. N. M. Literacia para o ensino e aprendizagem da leitura em Moçambique: do contexto multilingue à emergência de uma educação iminentemente inclusiva. Revista Educação em Páginas, Vitória da Conquista, v. 1, p. e11268 , 2022. DOI: 10.22481/redupa.v1.11268. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/redupa/article/view/11268. Acesso em: 29 mar. 2024.