Itinerário das sobras: a condição da mulher negra subalternizada em “Maria” de Conceição Evaristo

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.29327/232521.9.1-7

Palabras clave:

Conceição Evaristo, Literatura Brasileira, Feminismo Negro

Resumen

O ensaio propõe uma hipótese de leitura da obra “Maria” da escritora Conceição Evaristo a partir do olhar sobre a mulher negra subalternizada pela condição social e racial. A partir dos pensamentos de Florestán Fernantes, que critica o mito da “democracia racial”, pontuando o lugar do negro no pós-abolição; de Françoise Vergès, que aponta o lugar a que as mulheres não brancas são postas no modelo atual de sociedade capitalista; de Gayatri Spivak, que questiona a condição subalternizada da mulher não europeia; e de Lélia González, que concentra estudos sobre as relações entre empregadas e patroas; analisaremos a personagem central do conto em questão, sendo ela uma empregada doméstica negra retornando do trabalho, quando é morta dentro do transporte coletivo. Buscaremos pontuar como sua posição social de empregada doméstica reflete o aspecto descartável de sua condição de mulher negra pobre, que tem como função primordial servir à mulher e ao homem branco. Para ratificar a relação da protagonista com aspectos da realidade brasileira, utilizaremos como paralelo os relatos presentes no livro Eu, empregada doméstica de Preta Rara (Joyce Fernandes), cujo efeito de verdade contribui para o desenvolvimento do argumento que buscaremos estruturar. A partir da investigação, é possível constatar como o conto de Conceição Evaristo expõe a condição social da mulher negra inferiorizada e criminalizada por seu gradiente cromático e como tal estado é consequência de um lugar marginalizado ao qual o negro foi intencionalmente alocado após a abolição da escravidão no Brasil.

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Publicado

2022-12-19

Número

Sección

Artigos - Dossiê