Da pintura antiga de Francisco de Holanda: o encômio como gênero da prescrição e da arte
Abstract
O artigo apresenta a análise do Tratado Da Pintura Antiga, de Francisco de Holanda, datado de 1548 e composto de dois livros. O primeiro livro, Da Pintura Antiga, escrito na forma do tratado, e o segundo, Diálogos de Roma, na forma de diálogo, constituem ambos uma unidade retórica cujo ofício é epidítico: a prescrição de uma doutrina da pintura e seu encômio na composição do retrato do discreto pintor, personificado em Michelangelo, segundo o modelo ciceroniano das virtudes do perfeito orador. O propósito da análise é demonstrar como Holanda legitima a prescrição de uma doutrina da pintura pelas tópicas do encômio da Antiguidade bem como delinear as qualidades do gênero de pintura que prescreve através das tópicas da imitatio.