“A fábrica de produzir salsichas”, o Estado e a Educação do Campo: contribuições para pensar relações desiguais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/poliges.v2i3.9868

Palavras-chave:

Estado, Políticas públicas, Educação do campo

Resumo

Historicamente, sempre coube aos que se dedicam a trabalhar em prol da detratação do legado marxista – e eles são muitos! –, argumentar sobre o presumido, pouco aprofundamento do debate que seus principais pensadores promovem, quanto a pauta da educação. Entende-se, no entanto, que esses arrazoados críticos e, geralmente superficiais, precisam ser trazidos à luz da teoria marxista do Estado e do próprio entendimento marxista das categorias e conceitos fundamentais que lhes são próprias, posto que, é olhando para elas, e só olhando para elas que tal argumento se fragiliza, tornando impossível abrigar o legado do marxismo sobre a indiliência com tal assunto. Neste artigo, que se anuncia como uma produção eminentemente teórica, são trazidas ponderações sobre a inexatidão da premissa mencionada acima. E mais que isso, neste trabalho, produz-se uma crítica sobre o relacionamento entre o Estado capitalista e a educação do campo, pois, os gestores de movimentos sociais dão a aparência de terem se esquecido que, o Estado capitalista existe para manter as diferenças de classe. Os procedimentos utilizados nesse trabalho foram os da pesquisa bibliográfica e documental, que apoia as análises no método dialético materialista é guia as ideias da pesquisadora para planejar, montar e realizar a pesquisa. Os resultados das reflexões apontando para uma perniciosa aproximação entre entes com agências desiguais e que, mantem o relacionamento próximo como forma de sustentarem-se dentro do delicado equilíbrio de hierarquias sociais que não prescindem de escorarem-se, uma na outra, e na qual dialeticamente, uma minoria ganham e outra perde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tânia Regina Braga Torreão Sá, DCHL/UESB

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (1992 - 1996) e Mestrado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia - Área de Concentração em Análise do Espaço Urbano e Regional (1999 - 2001). Possui Doutorado em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade (2012 - 2016). Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia aonde leciona no Curso de Pedagogia (Jequiè) as disciplinas Educação do Campo e Conteúdos e Metodologias do Ensino da Geografia. É Coordenadora do Curso de Especialização em Educação no/do Campo. Orienta pesquisas na pós graduação em educação do campo. Orienta pesquisa de iniciação cientifica sobre a pedagogia do MST. Orienta projeto extensionista na área de trabalho e educação. De modo geral orienta nos temas ensino, ensino de geografia, educação do campo, pedagogia do MST, precarização do trabalho, formação do professor e trabalho e educação.

Referências

CALDART, Roseli Salete. Sobre Educação do Campo. In: SANTOS, C. A. (org.). Campo. Políticas Públicas: Educação. Brasília: INCRA – MDA, 2008. p. 67-86.

HALLOWAY, John. O Estado e a luta cotidiana. Revista Direito e Práxis, v. 10, n. 02, 2019, p. 1461 - 1499.

KAFKA, Frank. A metamorfose. Belém. NEAD/UNAMA, 1915.

LÖWY, Michael. A teoria da revolução no jovem Marx. São Paulo: Boitempo, 2012.

MARCUSE, Herbert. A ideologia da sociedade industrial. O homem unidimensional. 4 ed. Rio de Janeiro, 1973.

MARX, Karl. Crítica do programa de Gotha. São Paulo: Boitempo, 2012.

_____. O capital: crítica da economia política: livro I. 29 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011a.

_____. O capital: crítica da economia política: livro I. 5 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.

_____. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. São Paulo: Boitempo, 2011b.

_____. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo, 2011.

_____. Manuscritos econômicos-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2010.

_____. Sobre a questão judaica. São Paulo: Boitempo, 2010.

_____. Contribuição à crítica da economia política. 2 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008.

MARX, Karl.; ENGELS, Friederich. Manifesto do partido comunista. 2 ed. São Paulo: Editora Escala, 2009.

_____. Collected Words. 24 ed. New York: Collected Words, 1974.

MEC. Ministério da Educação. Diretrizes Operacionais Para a Educação Básica Nas Escolas do Campo. Brasília, DF, 2002.

MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. 2 ed. São Paulo: Boitempo, 2008.

HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2009.

OSÓRIO, Jaime. O estado no centro da mundialização: a sociedade civil e o tema do poder. 1 ed. São Paulo: Outras Expressões, 2014.

POULANTZAS, Nicos. Poder político e classes sociais. São Paulo: Editora da UNICAMP, 2019.

SMITH, Neil. Quem manda nesta fábrica de salsicha?. Geosul, Florianopólis, v. 18, n. 35, p. 27 – 42.

SOUSA JÚNIOR, Justino de. Marx e a crítica da educação. Da expansão liberal-democrática à crise regressivo-destrutiva do capital. Aparecida/SP: Ideias & Letras, 2010.

TORREÃO SÁ, Tânia Regina Braga.; TORREÃO SÁ, Marcelo.; CRISTO, Rejane Souza Ribeiro de. Trabalho ontológico e educação omnilateral, sustentáculos da educação do campo. Revista Germinal, v.13, n.2, p. 631-653, 2021.

Downloads

Publicado

2022-03-29

Como Citar

TORREÃO SÁ, T. R. B. “A fábrica de produzir salsichas”, o Estado e a Educação do Campo: contribuições para pensar relações desiguais . Revista de Políticas Públicas e Gestão Educacional (POLIGES), [S. l.], v. 2, n. 3, p. 32-54, 2022. DOI: 10.22481/poliges.v2i3.9868. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/poliges/article/view/9868. Acesso em: 22 dez. 2024.