Construção da identidade do Ensino Médio no Brasil: um estudo histórico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/praxisedu.v18i49.10925

Palavras-chave:

educação básica, historiografia, demandas curriculares

Resumo

Neste artigo apresentamos um estudo historiográfico realizado com o objetivo de identificar aspectos que contribuíram para caracterizar a identidade do Ensino Médio (EM) no Brasil. A relevância da investigação encontra-se diante das novas proposições curriculares realizadas a partir da Lei 13.415/2017, denominada Novo EM. Realizamos um estudo qualitativo historiográfico analisando documentos parametrizadores do ensino brasileiro com foco no EM, em que tomamos como ponto de partida a Reforma Francisco Campos. Como resultados destacamos que a identidade do EM foi sendo alterada no decorrer dos anos a partir das novas demandas curriculares propostas. A identidade do EM no Brasil passou de uma perspectiva de ensino que se restringia a elite governante do país, seguida de uma formação profissional técnica e, por fim temos como característica marcante o desenvolvimento do protagonismo juvenil por meio da flexibilização curricular. Portanto, ressaltamos a importância em refletirmos acerca das contribuições históricas para a construção do EM no Brasil no sentido de promovermos novos entendimentos da necessidade de mudança curricular para essa etapa da Educação Básica.

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Biografia do Autor

Fabiane Habowski, Universidade Federal da Fronteira Sul- Brasil

Mestre em Ensino de Ciências pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Contribuição de autoria: Autora.

Fabiane de Andrade Leite, Universidade Federal da Fronteira Sul - Brasil

Fabiane de Andrade Leite. Doutora em Educação nas Ciências pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Docente da Universidade Federal da Fronteira Sul. Contribuição de autoria: Autora.

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Publicado

2022-11-21

Como Citar

HABOWSKI, F.; LEITE, F. de A. Construção da identidade do Ensino Médio no Brasil: um estudo histórico. Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v. 18, n. 49, p. e10925, 2022. DOI: 10.22481/praxisedu.v18i49.10925. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/10925. Acesso em: 20 abr. 2024.