O estreitamento curricular em função dos resultados das avaliações externas em larga escala

Autores

  • Luiz Carlos Gesqui

Palavras-chave:

Estreitamento curricular, Práticas educacionais, Avaliação externa

Resumo

Dentre as finalidades das avaliações educacionais em larga escala destaca-se a de contribuir com a gestão das escolas, fornecendo-lhes informações referentes ao fluxo e desempenho escolar de seus alunos, por exemplo. Com isso, busca impulsionar a qualidade educacional expressa em seus indicadores. Todavia, observou-se, por meio de participações em reuniões pedagógicas num conjunto de quatro escolas públicas paulistas de ensino regular, no período de 2008 a 2011, que os resultados obtidos nessas avaliações são determinantes na definição de práticas escolares efetivadas, em comum acordo, por gestores escolares e docentes no cotidiano escolar. Destacam-se os diversos modos como gestores escolares e docentes são pressionados pelo cumprimento das metas do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP) anualmente estabelecidas pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP) e, em função dessa pressão, as práticas escolares mais recorrentes efetivadas por estas escolas são o excessivo uso dos “simulados” das avaliações externas e a promoção dos alunos para a série seguinte basicamente a partir do registro de sua frequência dentro dos limites legalmente estabelecidos. O controle promovido pela difusão das avaliações em larga escala, nesse caso expressas nos indicadores do IDESP, produz e referenda práticas escolares que diminuem significativamente o conjunto de informações a que os alunos deveriam ter acesso por meio da escola, bem como impele docentes e gestores ao estreitamento do currículo escolar em prol da obtenção de indicadores estatísticos e em detrimento do processo de ensino e aprendizagem.

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Publicado

2015-04-23

Como Citar

GESQUI, L. C. O estreitamento curricular em função dos resultados das avaliações externas em larga escala. Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v. 11, n. 20, p. 229-245, 2015. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/848. Acesso em: 5 nov. 2024.