Narrativas autobiográficas e identidades: histórias de letramento de professoras
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v15i2.13813Palavras-chave:
Letramento do professor, Narrativas, Identidade, AutobiografiaResumo
As pessoas ainda se tornam professores e professoras da área de linguagens na sociedade do desempenho (Han, 2017), que tem se mostrado, muitas vezes, hostil à profissão. Por meio da análise de entrevistas narrativas semiestruturadas previamente gravadas e transcritas, objetiva-se conhecer e descrever as motivações e caminhos que levaram as participantes da pesquisa a escolherem a carreira de professora na área de linguagens, procurando compreender suas trajetórias de letramento e as narrativas autobiográficas que emergiram nas entrevistas. As três professoras participaram, no ano de 2022, de uma formação intitulada “Multiletramentos e Tecnologias Digitais em Sala de Aula”. Em relação às narrativas, apoiamo-nos também nos trabalhos de Flannery (2015), Labov (1967, 1972); em relação à formação de professores em Kleiman (2005, 2014), e Kersch (2020); e nos trabalhos sobre identidade e identidade do professor em De Fina (2015) e Klering, Trarbach e Kersch (2023), respectivamente. Analisando as narrativas de três professoras, percebeu-se a repetição de certos padrões em suas histórias, quais sejam, o indivíduo-exemplo, a relação com a área de Letras e o envolvimento emocional com os alunos. Os resultados revelam a complexidade do mundo da educação e seu teor humano, que está intrinsecamente ligado ao desempenho de ambos os lados, educador e educando, contribuindo com o argumento que defende uma educação dialógica e humanizada que liberta os alunos e os professores dos papeis mecânicos perpetrados na cultura educacional ocidental.
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