Clivadas sem operador no português brasileiro (Clefts without an operator in Brazilian Portuguese)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/el.v8i2.1128

Palavras-chave:

Construções de Foco Estreito e Contrastivo, Espanhol Caribenho, Movimento Residual, Português Brasileiro

Resumo

O português apresenta um tipo de sentença que tem sido tradicionalmente analisado como uma pseudo-clivada reduzida, as semi-clivadas, obtidas através do apagamento do operador-Q. Construcões semelhantes são também encontradas no Espanhol Caribenho (EsC) e analisadas como tendo um Operador nulo. Percebendo que nem todas as pseudo-clivadas têm uma reduzida correspondente, Bosque (1999) e Camacho (2006), tratando do EsC, e Mioto (2008), tratando do português brasileiro (PB), propoÃÉem uma derivação independente para as semi-clivadas. O presente trabalho se constitui numa tentativa diferente de explicar as semi-clivadas, independentemente das pseudo-clivadas, para dar conta de construções não permitidas em EsC. A diferença proposta é que, enquanto nas pseudo- clivadas o foco é o argumento, o adjunto ou o VP, nas semi- clivadas o foco é o resíduo de VP (depois da subida do verbo) ou Adverbiais adjuntos a VP.
PALAVRAS-CHAVE: Construções de Foco Estreito e Contrastivo. Espanhol Caribenho. Movimento Residual. Português Brasileiro.

ABSTRACT
Portuguese exhibits a type of sentence which has been traditionally analyzed as the reduction of a pseudo-cleft, built up through the deletion/ erasure of the wh-operator. Similar constructions are also found in the Caribbean dialects of Spanish (CS) and analyzed as containing a null Operator. Realizing that not all pseudo-clefts with an overt wh-operator have a corresponding reduced cleft, or semi-cleft, Bosque (1999) and Camacho (2006), for CS, and Mioto (2008), for Brazilian Portuguese, propose an independent derivation for semi-clefts. This paper is another attempt at deriving reduced or semi-clefts independently of pseudo-clefts, an analysis that can account for constructions found out in BP, which are inexistent in CS. I claim that, while pseudo-clefts focalize arguments, VP or adjuncts, reduced clefts focalize only remnant VPs and VP-adjuncts.
KEYWORDS: Narrow and Contrastive Focus Construction. Caribbean Spanish. Remnant Movement. Brazilian Portuguese.  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mary Kato, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp/Brasil)

Mary Aizawa Kato é doutora em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1973). Realizou estágios de Pós-Doutorado em Harvard, UCLA , USC e U. de Maryland. Atualmente é professora titular colaboradora voluntária da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Sintaxe Comparada, Linguística Histórica e Aquisição da Linguagem. Atua principalmente nos seguintes temas: sintaxe e discurso (tópico e foco), sintaxe e morfologia (pronomes fortes, fracos e nulos), construções-Q perguntas parciais, relativas e clivadas). Coordena atualmente o Projeto România Nova, com Francisco Ordonéz (SUNY). Participa do projeto Temático da FAPESP "Sintaxe Gerativa do Português Brasileiro na Entrada do Século XXI: Minimalismo e Interfaces", coordenado por Jairo Nunes. Orientou 26 teses de doutorado e 41 dissertações de mestrado.

Referências

BALTIN, M. Deletion versus pro-forms: a false dichotomy? New York: New York University, 2007. 36p.
BELLETTI, A. Aspects of the low IP area. In: RIZZI, Luigi. (ed.). The structure of CP and IP: The cartography of syntactic structures. v. 2. Oxford: Oxford University Press, 2002. p. 16-51.
BOSQUE, I. On focus vs. wh-movement: The case of Caribbean Spanish. Sophia Linguistica: Working papers in linguistics, n. 44- 45, p.1-32, 1999.
CAMACHO, J. In Situ Focus in Caribbean Spanish: Towards a Unified Account of Focus. In: Selected Proceedings of the 9th Hispanic Linguistics Symposium. Sagarra, N.; Toribio, J. (eds.). Somerville: Cascadilla Press, 2006. p. 13-23.
CASTELEIRO, J. M. Sintaxe e Semântica das Construções Enfáticas com é que” . In Boletim de Filologia, Lisboa, Tomo XXV, Fasc. 1-4, p. 97-166, 1979.
CHOMSKY, N. Deep structure, surface structure and semantic interpretation. In: Steinberg, D.; Jakobovits, L. (eds.) Semantics: an interdisciplinary reader in philosophy, linguistics and psychology. Cambridge: Cambridge University Press, 1971.
COSTA, J; DUARTE, I. Cleft strategies in Portuguese: a unified approach. Trabalho apresentado no III Colóquio do Projeto PE/PB, Fortaleza, 2003.
CINQUE, G. A null theory of phrase and compound stress. Linguistic Inquiry, v. 24, p. 239-298, 1993.
KATO, M. A.; BRAGA, M.L.; LOPES-ROSSI, M.A.; SIKANSKI, N.; CORREIA, V.R. As construções-Q no Português Brasileiro falado: perguntas, clivadas e relativas. In: Koch, I. G. V. (org.). Gramática do Português Falado - v. VI. Campinas: Editora da Unicamp, 1996. p. 303-368,
KATO, M. A.; RAPOSO, E. Topicalization in European and Brazilian Portuguese. In: Camacho, J.; Cabrera, M.J.; Sánchez, L.; Deprez, L. V. (eds.). Romance Linguistics: Selected Papers from the 36th Linguistic Symposium on Romance Languages. Amsterdam: John Benjamins, 2007. p. 213-226.
MATSUDA, Y. A. Syntactic analysis of focus sentences in Japanese. MIT Working papers in Linguistics, v. 31, p. 291-310, 1996.
MIOTO, C. Pseudo-clivadas reduzidas em espanhol caribenho e em português brasileiro. Trabalho apresentado em III Workshop on Romania Nova, Montevideo, 2008.
TORIBIO, A. J. Proper government in Spanish subject relativization. Probus, v. 4, p. 291-304,1992.
WHEELER, D. Portuguese pseudo-clefts: evidence for free relatives. In: Eighteenth Regional Meeting Chicago Linguistic Society, University of Chicago Press. 1982, p. 507-520.
ZUBIZARRETA, M. L. Prosody, Focus, and Word Order. Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 1998.

Downloads

Publicado

2010-12-30

Como Citar

KATO, M. Clivadas sem operador no português brasileiro (Clefts without an operator in Brazilian Portuguese). Estudos da Língua(gem), [S. l.], v. 8, n. 2, p. 61-77, 2010. DOI: 10.22481/el.v8i2.1128. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/1128. Acesso em: 22 dez. 2024.