Entre ser "bravio" e trabalhador: os indígenas do Planalto da Conquista e a política indigenista imperial
DOI:
https://doi.org/10.22481/politeia.v21i2.11664Palavras-chave:
Indígenas, Império, LegislaçãoResumo
O presente texto aborda a questão indígena no Império brasileiro e a política indigenista a partir da ótica assimilacionista. Para pensar essa questão, delineamos as formas e tentativas de inserção dos indígenas ao Estado Imperial como “braços úteis”. Vários projetos de integração nacional para eles foram pensados, porém destacaremos os Apontamentos para a Civilização dos Índios Bravios, redigido por José Bonifácio de Andrada e Silva e procuramos discutir como esse texto impactou a legislação indigenista durante todo o Império brasileiro. Para compreendermos a dinâmica do Estado que surgia, e a necessidade do trabalho indígena, é preciso dimensionar a ideia fortemente circulada acerca da escassez de mão de obra em decorrência da pressão inglesa pela abolição do trafico de africanos. Com a finalidade de solucionar a crise de mão de obra, a nova catequese, inaugurada a partir do Decreto 426 de 1845, objetivava transformar os indígenas primeiro em trabalhadores, depois em cristãos, mas não em cidadãos.
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Referências
Fontes
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