Racismo científico e branqueamento no Brasil Republicano (1889-1930)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/politeia.v1i23.13536

Palavras-chave:

Miscigenação, Primeira República, Racismo científico

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir – com base em procedimentos de revisão bibliográfica e análise comparativa – algumas variantes das teorias raciais que concorreram no Brasil, em fins do Império e durante a Primeira República, para explicar a composição sociorracial do país e, que mais do isso, objetivaram validar a posição de subalternidade da qual a população africana e afro-brasileira, recém-saída do cativeiro, já era alvo. Destarte, analisamos o contexto brasileiro pós-Proclamação da República, bem como discutimos as principais teorias racistas que circularam no Brasil, filiadas, num primeiro momento, às noções de monogenia e poligenia, com o fito de relatar de que forma elas foram utilizadas para implementar um projeto político e econômico que, a nosso ver, tinha por pano de fundo um projeto de obliteração da presença negra africana na cultura brasileira. Para tanto, analisamos as contribuições de autores como Michel Foucault (2010), Lília Schwarcz (1993), Sílvio de Almeida (2020), George Reid Andrews (2014).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adao Ferreira dos Santos Filho, Universidade Estaudal do Sudoeste da Bahia (UESB)

Mestre em Letras pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).

Cássio Roberto Borges da Silva, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Professor Titular do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).. Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Referências

ALMEIDA, S. L. de. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Jandaíra. (Col. Feminismos Plurais)

ANDREWS, G. R. América Afro-Latina, 1800-2000. São Carlos: EdUFSCar, 2014.

BRITO, L. da C. O crime da miscigenação: a mistura de raças no Brasil escravista e a ameaça à pureza racial nos Estados Unidos pós-abolição. Revista Brasileira de História, v. 36, n. 72, p. 107-130, maio 2016.

BROWNE, J. A origem das espécies de Darwin: (uma biografia). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.

CHALHOUB, S. Cidade Febril: cortiços e epidemias na corte imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

CONT, V. del. Francis Galton: eugenia e hereditariedade. Scientiæ zudia, São Paulo, v. 6, n. 2, p. 201-18, 2008.

FERRETI, S. F. Nina Rodrigues e a Religião dos Orixás. Gazeta Médica da Bahia, 76, Suplemento 2, p. 55-61, 2006. Disponível em: https://abrir.link/t3dfr.

FREIRE, A. M. A. Analfabetismo no Brasil: da ideologia da interdição do corpo à ideologia nacionalista, ou de como deixar sem ler e escrever desde as Catarinas (Paraguaçu), Filipinas, Madalenas, Anas, Genebras, Apolônias e Grácias até os Severinos. São Paulo: Cortez; Brasília: INEP, 1989. (Biblioteca da educação, v. 4).

FOUCAULT, M. Em Defesa da Sociedade: curso do Collège de France (1975-1976). São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. (Col. Obras de Michel Foucault).

LEAL, J. Nina Rodrigues e as religiões afro-brasileiras. Bérose: encyclopédie internationale des histoires de l'anthropologie, Paris, 2020. Disponível em: https://www.berose.fr/article1963.html. Acesso em: 10 jul. 2023.

LIMA, N. T.; HOCHMAN, G. Condenado pela raça, absolvido pela medicina: o Brasil descoberto pelo movimento sanitarista da Primeira República. In: MAIO, M. C.; SANTOS, R. V. (org.). Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: Ed. da FIOCRUZ, 1996.

MARTIUS, C. F. P. von. Como se deve escrever a história do Brasil. Revista de História da América, n. 42, p. 433-458, dez. 1956. Disponível em: https://docs.google.com/file/d/0B_KmZofvEaVoSi16UHZaeGFqZlU/edit?pli=1&resourcekey=0-JcY3TtIHypy3oawr70ZFpQ. Acesso em: 27 jan. 2023.

MONTEIRO, F. P. O “racialista vacilante”: Nina Rodrigues sob a luz de seus estudos sobre multidões, religiosidade e antropologia (1880-1906). Rio de Janeiro: s.e., 2016.

RAEDERS, G. O inimigo cordial do Brasil – O Conde Gobineau no Brasil. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1988.

RODRIGUES, R. N. O Animismo Fetichista dos Negros Baiano. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Ed. da UFRJ, 2006.

SANTOS, Flávio Gonçalves dos. Os discursos intelectuais afro-brasileiros num contexto de disputa racial na Bahia (1889/1937). Seara, v. 1, p. 01-19, 2008. Disponível em: http://www.seara.uneb.br/sumario/professores/flaviogoncalves.pdf. Acesso em: 28 mar. 2023

SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil (1870-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

STEPAN, N. L. Eugenia no Brasil, 1917 – 1940. In: HOCHMAN, G. (org.). Cuidar, controlar, curar: ensaios históricos sobre saúde e doença na América Latina e Caribe. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2004. p. 330-391. (Col. História e Saúde)

Downloads

Publicado

2024-11-01

Como Citar

Santos Filho, A. F. dos, & Silva, C. R. B. da. (2024). Racismo científico e branqueamento no Brasil Republicano (1889-1930). Politeia - História E Sociedade, 23(1), 17-32. https://doi.org/10.22481/politeia.v1i23.13536