O jogo da dependência na Chapada Diamantina: relações de dependência em Morro do Chapéu-BA no século XIX
Palavras-chave:
Agregados, Chapada Diamantina, Relações de dependência, Sertão baianoResumo
Assim como em diversas partes do Brasil imperial, no sertão baiano o paternalismo foi amplamente utilizado pelos senhores/fazendeiros como estratégias de dominação e para a criação de dependentes. Para os grandes proprietários da vila de Morro do Chapéu oitocentista, que aqui denomino de senhores de terra, gado e gente, possuir muitos dependentes significava ter prestígio, gente disposta a defendê-los em momentos de conflitos e provas testemunhais nos tribunais quando havia conflitos pela posse de propriedades fundiárias. Mas o paternalismo era uma relação de poder que, mesmo assimétrica, conferia aos envolvidos direitos e devere; nesse sentido, os subalternos também dela se aproveitavam. Vincular-se a um potentado local possibilitava enfrentar as dificuldades cotidianas e sazonais, como as secas. Nesse artigo busco mostrar como, em situações desfavoráveis, alguns dependentes da vila de Morro do Chapéu, norte da Chapada Diamantina, utilizavam da subalternidade e reivindicavam apoio dos patronos para obter determinadas vantagens.