A engenharia entre a técnica e a política na construção dos (disputa pelos) setores públicos de obras urbanas do estado de São Paulo: O caso da Comissão de Obras Novas do Abastecimento de Águas da Capital (1926-1927)
Palavras-chave:
Abastecimento de Água, Administração Pública Paulista, Engenharia-Urbanismo, Infra‑estrutura urbanaResumo
Criada pelo Decreto 4.000 de 30 de janeiro de 1926 pelo Presidente do Estado de São Paulo, Carlos de Campos, em execução da Lei n 2021 de 26 de dezembro de 1924, a Comissão de Obras Novas de Abastecimento de Água da Capital foi chefiada pelo engenheiro Henrique de Novaes e seu objetivo principal foi a adução de águas do Rio Claro nas regiões de Capella do Ribeirão e Casa Grande. A pesquisa abordou todo o processo de constituição da Comissão, as decisões e justificativas técnicas do engenheiro chefe para realizar adução de água para São Paulo pelo Rio Claro e não pelo Rio Tietê, como muitos e importantes profissionais apontavam como a melhor alternativa. Entre os opositores à adução pela bacia do Rio Claro estava o engenheiro Theodoro Ramos, que chefiava uma outra Comissão, criada pelo Decreto 4116 no dia 8 de outubro de 1926. Da pesquisa realizada mediante estudo do Relatório da Commissão de Obras Novas do Abastecimento de Água da Capital é importante enunciar o próprio procedimento de elaboração dos trabalhos pelos engenheiros brasileiros no início do século XX, assim como o quanto a construção-estruturação dos Setores Públicos de Obras Urbanas do Estado de São Paulo foi marcada pelas disputas intelectuais entre os representantes do campo disciplinar da engenharia.