Festas Públicas e Processo Colonizador: as Festas de Comemoração da Conquista do Tibagi na Segunda Metade do Século XVIII
Resumo
O artigo trata das festas públicas da colônia e de como estas se tornaram fundamentais no processo de estabelecimento de elos de vassalagem entre a Coroa portuguesa e seus súditos coloniais. As festas públicas mobilizavam todas as esferas da vida política, material, religiosa e simbólica, apresentando-se como vetores importantes de reprodução e re-invenção do modelo societário ibérico em terras do além-mar. Durante as festividades, o exercício do mando à distância tornava-se mais eficaz, fazendo-se presente por intermédio das liturgias específicas do poder civil e do poder eclesiástico. Os festejos em comemoração à conquista do Tibagi, na capitania de São Paulo, na segunda metade do século XVIII, tornaram-se exemplos claros de como a vida festiva na colônia assumia configurações diversas, servindo, inclusive, para sedimentar os laços de solidariedade entre os indivíduos, ao tempo em que fixava e definia as hierarquias e distâncias entre os diferentes segmentos sociais.