Comerciantes e Cristãos-Novos em Festa de Nobre: A Transgressão da Ordem “Natural”

Autores

  • Humberto José Fonsêca

Resumo

Partimos, neste trabalho, do pressuposto de que na Bahia dos séculos XVII e XVIII estamos diante de uma sociedade barroca, elitista e hierarquizada, cuja elite se caracterizava pela busca desenfreada da nobilitação, pela exposição fáustica dos símbolos de distinção de status, pela constante procura e exposição de poder e prestígio social. Tal comportamento da elite, acreditamos, estava relacionado às pressões resultantes da consciência de sua instabilidade estamental, sentindo-se ameaçada por elementos que, embora discriminados socialmente por questões religiosas, ou pelo exercício de funções consideradas pouco nobres, como os comerciantes e cristãos-novos, uns sempre associados aos outros, possuíam características que permitiam ameaçar a hegemonia social destas elites aristocráticas. Analisamos as representações das elites na Bahia do Antigo Regime tendo como pano de fundo seus ideais de vida nobre e honrada; as grandes festas promovidas pela Igreja, pelo Estado e pelas confrarias, inserindo-as no tempo longo das representações coletivas que se modelam ao longo dos séculos. Pretendemos, com isso, colaborar para melhor situar a importância histórica do fenômeno da sociabilidade pela festa, em sua visão didática, como elemento de difusão de novos motivos condutores que nortearam a sociabilidade nos séculos XVII e XVIII na Bahia, no fulcro do domínio de uma sensibilidade que chamamos barroca.

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Publicado

2010-06-07

Como Citar

Fonsêca, H. J. (2010). Comerciantes e Cristãos-Novos em Festa de Nobre: A Transgressão da Ordem “Natural”. Politeia - História E Sociedade, 7(1). Recuperado de https://periodicos2.uesb.br/index.php/politeia/article/view/3880