Da aparência fenomêmica à sistematicidade do poder aristocrático: crônicas e cartulários acerca do reinado de Filipe Augusto (1180-1223)
DOI:
https://doi.org/10.22481/politeia.v19i2.7430Palavras-chave:
Aparência. Aristocracia. Comunidades rurais. Dominação social.Resumo
A percepção fática mais imediata que o historiador retém da manifestação histórica de um determinado objeto de análise é legatária de um duplo movimento da aparência: esta tanto pode revelar quanto velar algo. É possível, não obstante, sublinhar que esse duplo movimento é inexoravelmente indissociável. Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo fundamental ponderar a problemática do vínculo orgânico entre as dinâmicas sociais que compõem e configuram a aristocracia feudal em face das comunidades rurais, isto é, das relações de dominação social. A partir de exemplos entrecruzados de cartulários e crônicas dos séculos XII e XIII discutir-se-á as incoerências da obliteração do campesinato na historiografia medieval, tal qual as possibilidades analíticas oferecidas pela documentação selecionada. O objetivo é aventar a interrelação entre a aparência fenomênica da documentação requisitada e as dinâmicas sócio metabólicas que essa aparência pode velar, a sistematicidade oculta da dominação social sobre as comunidades rurais.