Nomes gerais para humanos em decisões judiciais redigidas em espanhol e em português (Human general nouns in court decisions written in Spanish and Portuguese)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/el.v19i3.7880

Palavras-chave:

Nomes gerais. Decisões judiciais. Espanhol argentino. Português brasileiro.

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de analisar o emprego de um conjunto de nomes gerais para humanos em decisões judiciais escritas em espanhol e em português. São analisadas as seguintes unidades linguísticas, empregadas em sintagmas com interpretação genérica:  hombre / homem; individuo / indivíduo; persona / pessoa; ser humano / ser humano; sujeto / sujeito. A pesquisa está baseada em estudos teóricos de semântica lexical, alguns dos quais de caráter contrastivo, e em trabalhos que discutem as propriedades da escrita jurídica. Os dados provêm de decisões judiciais de recursos de apelação civil proferidas por magistrados do Tribunal Superior de Justicia da Província de Córdoba (Argentina) e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (Brasil). Entre os resultados obtidos, verifica-se  que esses nomes são usados frequentemente em contextos em que se deseja destacar que a pessoa natural é um sujeito titular de direitos. Além disso, reafirma-se a possibilidade de uso variável dessas formas para a expressão do conceito ‘ser humano’ e corroboram-se parcialmente resultados de pesquisas anteriores sobre esses nomes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eduardo Tadeu Roque Amaral, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/Brasil)

Eduardo Tadeu Roque Amaral é doutor em Letras pela USP, com pesquisa pós-doutoral na Universidade de Tübingen (Alemanha). É professor Associado da Faculdade de Letras da UFMG e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (POSLIN/UFMG).  É pesquisador do Grupo Mineiro de Estudos do Léxico (GRUMEL/UFMG), do Núcleo de Pesquisa em Variação Linguística (NUPEVAR/UFMG) e membro do GT de Lexicologia, Lexicografia e Terminologia da ANPOLL. É coautor de Nomes gerais no português brasileiro (FALE/UFMG, 2014) e de Nomes próprios de pessoa: introdução à antroponímia brasileira (Blucher, 2020).

Referências

ADLER, S. Les noms généraux ‒ shell nouns ‒ participent-ils à une lecture taxinomique de type Hiérarchie-être? Syntaxe et sémantique, v. 18, p. 45-66, 2017.

ADLER, S.; MOLINE, E. Los noms généraux: présentation. Langue Française, v. 198, n. 2, p. 5-18, 2018.

AMARAL, E. T. R. Estudio contrastivo de nombres generales para humanos en español y en portugués. Lingüística y literatura, n. 72, p. 54-79, 2017a.

AMARAL, E. T. R. Los nombres generales para humanos en español. Signo y seña, n. 31, p. 1-22, 2017b.

AMARAL, E. T. T.; RAMOS, J. M. Nomes gerais no português brasileiro. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2014.

AMARAL, E. T. R.; MIHATSCH, W. Incipient impersonal pronouns in colloquial Brazilian Portuguese based on 'pessoa', 'pessoal' and 'povo'. Linguistische Berichte, Sonderhefte 26, p. 149-185, 2019.

ARGENTINA. Lei nº 22.431, de 16 de março de 1981. Sistema de protección integral de los discapacitados. Buenos Aires: Boletín Oficial de la República Argentina, 1981. Disponível em: http://servicios.infoleg.gob.ar/infolegInternet/anexos/20000-24999/20620/norma.htm. Acesso em: 2 abr. 2020.

ARGENTINA. Lei nº 23.179, de 27 de maio de 1985. Apruébase la Convención sobre la eliminación de todas las formas de discriminación contra la Mujer. Buenos Aires: Boletín Oficial de la República Argentina, 1985. Disponível em: http://servicios.infoleg.gob.ar/infolegInternet/anexos/25000-29999/26305/norma.htm. Acesso em: 10 abr. 2020.

ARGENTINA. Lei nº 24.901, de 2 de dezembro de 1997. Sistema de prestaciones básicas en habilitación y rehabilitación integral a favor de las personas con discapacidad. Buenos Aires: Boletín Oficial de la República Argentina, 1997. Disponível em: http://servicios.infoleg.gob.ar/infolegInternet/anexos/45000-49999/47677/norma.htm. Acesso em: 2 abr. 2020.

BALDINGER, K. Sémasiologie et onomasiologie. Revue de linguistique romane, v. 28, p. 249-272, 1964.

BENNINGHOVEN, V. The functions of 'general nouns’: theory and corpus analysis. Berlin: Peter Lang, 2018.

BRASIL. Decreto nº 4.377, de 13 de setembro de 2002. Promulga a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher, de 1979, e revoga o Decreto no 89.460, de 20 de março de 1984. Diário Oficial da União, 16 set. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4377.htm. Acesso em: 3 abr. 2020.

BRASIL. Emenda Constitucional nº 65, de 13 de julho de 2010. Altera a denominação do Capítulo VII do Título VIII da Constituição Federal e modifica o seu art. 227, para cuidar dos interesses da juventude. Brasília: Diário Oficial da União, 14 jul. 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2. Acesso em: 2 abr. 2020.

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, Diário Oficial da União, 7 jul. 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 2 abr. 2020.

CAPPEAU, P; SCHNEDECKER, C. Du degré de généralité des noms d’humains (pluriels) gens, hommes, humains, individus, particuliers, personnes: différences distributionnelles, sémantiques et génériques. Langue française, n. 198, v. 2, 65-82, 2018.

CLAVERO, B. La máscara de Boecio: antropologías del sujeto entre persona e individuo, teología y derecho. Quaderni Fiorentini: Per la storia del pensiero giuridico moderno, v. 39. Milano: Giuffrè, 2010. p. 7-40. Disponível em: http://www.centropgm.unifi.it/quaderni/39/volume.pdf. Acesso em 29 abr. 2015.

CONSEJO GENERAL DEL PODER JUDICIAL. Lenguaje jurídico y género: sobre el sexismo en el lenguaje jurídico. Madrid: Consejo general del poder judicial, 2011.

CÓRDOBA. Lei nº 8.435, de 1 de dezembro de 1994. Ley de organización de la justicia. Boletín Oficial, 10 fev. 1995. Disponível em: https://www.justiciacordoba.gob.ar/justiciacordoba/files/leyes/LO8435.pdf. Acesso em: 20 jul. 2020.

ENĂCHESCU, M. 'Homo' - 'vir' - 'mulier' en latín y en las lenguas románicas (español y rumano). Bucureşti: Universitatea din Bucureşti, 2012.

ESPANHA. Lei nº 39, de 14 de dezembro de 2006. Promoción de la autonomía personal y atención a las personas en situación de dependencia. Boletín Oficial del Estado, 15 dez. 2006. Disponível em: https://www.boe.es/buscar/act.php?id=BOE-A-2006-21990. Acesso em: 10 abr. 2020.

FERNÁNDEZ SESSAREGO, C. ¿Qué es ser “persona” para el derecho? Derecho PUCP, v. 54, p. 289-333, 2001.

GIACALONE RAMAT, A; SANSÒ, A. The spread and decline of indefinite man-constructions in European languages: an areal perspective. In: RAMAT, Paolo; ROMA, Elisa (eds.). Europe and the Mediterranean as Linguistic Areas: convergencies from a historical and typological perspective. Amsterdam / Phildelphia, John Benjamins, 2007. p. 95-131.

GRANDE DICIONÁRIO HOUAISS. Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v5-1/html/index.php#1. Acesso em: 25 mar. 2020.

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Manual para o uso não sexista da linguagem: o que bem se diz bem se entende. Porto Alegre: Secretaria de comunicação e inclusão digital, 2014.

HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. Cohesion in English. 14. ed. London / New York: Longman, 1976.

HAVERS, W. Handbuch der erklärenden Syntax: ein Versuch zur Erforschung der Bedingungen und Triebkräfte in Syntax und Stilistik. Heidelberg: Carl Winters Universitätsbuchhandlung, 1931.

HEINE, B.; KUTEVA, T. World lexicon of grammaticalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.

HETTERICH, H. Mensch und “Person”: Probleme einer allgemeinen Rechstfähigkeit. Berlim: Duncker & Humblot, 2016.

HONORABLE Cámara de Diputados de la Nación (2015). Guía para el uso de un lenguaje no sexista e igualitario en la HCDN. Buenos Aires: HCDN. Disponível em: http://www4.hcdn.gob.ar/dependencias/dprensa/guia_lenguaje_igualitario.pdf. Acesso em: 3 nov. 2017.

KOCH, P.; OESTERREICHER, W. Lengua hablada en la Romania: español, francés, italiano. Madrid: Gredos, 2007 [1990].

LARIVIÈRE, L-L. Typologie des noms communs de personne et féminisation linguistique. Revue québécoise de linguistique, v. 29, n. 2, p. 15-31, 2001. Disponível em: https://www.erudit.org/fr/revues/rql/2001-v29-n2-rql3575/039439ar.pdf. Acesso em: 21 ago. 2017.

LEXICAL Computing Ltd. (s.d.). Sketch engine. Disponível em: http://www.sketchengine.co.uk. Acesso em: 11. jul. 2020.

LUNA, R. La terminología de la discapacidad: entre la resemantización y la reetiquetación. Boletín de la Academia Peruana de la Lengua, v. 45, p. 59-72, 2008.

LUZ, V. P. Dicionário jurídico. 2. ed. rev. e at. Barueri: Manole, 2019.

MIHATSCH, W. La sémantique des noms généraux “être humain” français et allemands. In: MIHATSCH, W.; SCHNEDECKER, C. (Eds.). Les noms d’humains: une catégorie à part? Stuttgart: Steiner, 2015. p. 55-84.

MIHATSCH, W. Les noms d’humains généraux aux limites de la grammaticalisation. Syntaxe et sémantique, v. 18, p. 67-99, 2017.

MORTUREUX, M-F. La lexicologie entre langue et discours. Paris: Sedes, 1997.

MOSTROV, V; ALEKSANDROVA, A. Homme, personne, être humain: trois noms d’humains généraux en français et en bulgare. Linx, v. 76, p. 133-162, 2018. Disponível em: http://journals.openedition.org/linx/2531. Acesso em: 4 mar. 2020.

PODER JUDICIAL DE CÓRDOBA. Base jurídica oficial, 2020. Disponível em: http://jurisprudenciacba.justiciacordoba.gob.ar/cordoba.php#. Acesso em: 27 mar. 2020.

REAL ACADEMIA ESPAÑOLA: Diccionario de la lengua española. 23. ed., 2014. [versão 23.3 online]. Disponível em: https://dle.rae.es. Acesso em: 25 mar. 2020.

REAL ACADEMIA ESPAÑOLA / CONSEJO GENERAL DEL PODER JUDICIAL. Diccionario del español jurídico. Madrid: Espasa, 2016. Disponível em: https://dej.rae.es/lema/da%C3%B1o-moral. Acesso em: 1 maio 2020.

RUBIO, A. El lenguaje y la igualdad efectiva de mujeres y hombres. Revista de Bioética y Derecho, v. 38, p. 5-24, 2016.

SASSAKI, R. K. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. In: VIVARTA, V. (Org.) Mídia e deficiência. Brasília: Andi; Fundação Banco do Brasil, 2003. p. 160-165. Disponível em: http://www.andi.org.br/sites/default/files/Midia_e_deficiencia.pdf. Acesso em: 20 fev. 2020.

SCHNEDECKER, C. Les (noms d’)humains sont-ils à part? Intérêts linguistiques d’une sous-catégorie nominale encore marginale. In: MIHATSCH, Wiltrud; SCHNEDECKER, Catherine. Les noms d’humains: une catégorie à part? Stuttgart: Franz Steiner, 2015. p. 15-53.

SCHNEDECKER, C. Le nom d’homme est-il un nom général? Linx, v. 76, p. 1-25, 2018.

SPINK, M. J. P. Pessoa, indivíduo e sujeito: notas sobre efeitos discursivos de opções conceituais. In: SPINK, M. J. P., FIGUEIREDO, P.; BRASILINO, J. (orgs). Psicologia social e pessoalidade [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais; ABRAPSO, 2011, pp. 1-22.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Pesquisa por jurisprudência do TJMG, 2020. Disponível em: https://www5.tjmg.jus.br/jurisprudencia/formEspelhoAcordao.do. Acesso em: 27 mar. 2020.

Downloads

Publicado

2021-11-30

Como Citar

AMARAL, E. T. R. Nomes gerais para humanos em decisões judiciais redigidas em espanhol e em português (Human general nouns in court decisions written in Spanish and Portuguese). Estudos da Língua(gem), [S. l.], v. 19, n. 3, p. 55-78, 2021. DOI: 10.22481/el.v19i3.7880. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/7880. Acesso em: 7 maio. 2024.