A anáfora no processamento textual (The anaphora in textual processing)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/el.v10i2.1182

Palavras-chave:

Formas nominais anafóricas, Objetos de discurso, Correferência e Ponto de vista

Resumo

Entre os diferentes fenômenos da textualidade, a anáfora é comumente associada à retomada cotextual de um antecedente explícito. Mas a anáfora é necessariamente uma questão de retomada? Esta pergunta aparentemente simples sinaliza parte da problemática em que está inserido o conceito de anáfora, e sua resposta é uma questão central deste artigo. Assumindo posição específica no campo da Linguística textual, a partir da teoria da referenciação, este artigo objetiva expor alguns aspectos bem conhecidos do processamento anafórico, tal como a noção de correferência, e principalmente discutir aspectos invocados pela ampliação do conceito de anáfora.
PALAVRAS-CHAVE: Formas nominais anafóricas. Objetos de discurso. Correferência e Ponto de vista.

ABSTRACT
Among the different textuality phenomena, anaphora is commonly associated to the co-textual recapture of an explicit antecedent. But is anaphora necessarily a recapture? This seemingly simple question signals part of the set of problems in which the concept of anaphora is entrenched, and its answer is one of this article’s central queries. Specifically from a position in the field of Textual Linguistics, this article seeks to expose a few well-known aspects of the anaphoric process, such as the notion of coreference, and especially to discuss aspects invoked by the amplification of the concept of anaphora.
KEYWORDS: Nominal anaphoric forms. Objects of discourse. Coreference and Point of view.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Suzana Leite Cortez, Universidade Católica de Pernambuco (Unicap/Brasil)

Suzana Leite Cortez é doutora pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e professora/pesquisadora da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), onde desenvolve o projeto “Vozes e representação de pontos de vista em contexto argumentativo”. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: referenciação, construção do ponto de vista, processamento textual, livro didático e formação de professor. Organizou o livro “Conversas com linguistas: virtudes e controvérsias da linguística” com Antônio Carlos Xavier (Parábola, 2003). Entre suas publicações, destacam-se: Objets de discours et expression du point de vue: la dynamique d'affirmation de soi en contexte argumentatif In: Mémoires de la Société Néophilologique de Helsinki.1 ed.Helsinki : Societé Néophilologique, 2010, v.LXXXI; Ponto de vista em representação: a construção dos objetos de discurso em reportagens de revista feminina. Investigações (UFPE. Impresso). , v.24, 2011 e Estilo e construção do ponto de vista em textos da mídia escrita. Revista Comunicação Midiática (UNESP) , v.6, p.90 – 109.

Referências

APOTHÉLOZ, D.; REICHLER-BÉGUELIN, M-J. Construction de la référence et stratégies de désignation. TRANEL (Travaux Neuchâtelois de Linguistique), n. 23, p. 227-271, 1995.
APOTHÉLOZ, D. Nominalisations, référents clandestins et anaphores atypiques. TRANEL (Travaux Neuchâtelois de Linguistique), n. 23, p: 143-173, 1995.
CAVALCANTE, M. M. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2012. 173p.
CAVALCANTE, M. M. et al. (Org.) Texto e discurso sob múltiplos olhares: referenciação e outros domínios discursivos. v.2. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007. 269p.
CORTEZ, S. L. Ponto de vista em representação: a construção dos objetos de discurso em reportagens de revista feminina. Investigações, v.24, no 2, p. 81-101, 2011.
CORTEZ, S. L.; KOCH, I. G. V. (no prelo). A construção do ponto de vista por meio de formas referenciais. In: CAVALCANTE et al. (Org.) (no prelo). Referenciação: teoria e prática. São Paulo: Cortez.
CUNHA LIMA, M. L. Artigo Indefinido e Anáfora. Cadernos de Estudos Linguísticos. Campinas, v. 44, p. 133-144, 2003.
KLEIBER, G. Anaphores et pronoms. Louvain-la-Neuves : Duculot, 1994.
KOCH, I. G. V. As tramas do texto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. 223p.
KOCH, I. G. V. Introdução à linguística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2004. 190p.
KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002. 168p.
KOCH, I. G. V.; MARCUSCHI, L. A. Processos de referenciação na produção discursiva. D.E.L.T.A., 14, n. Especial, p. 169-190, 1998.
MARCUSCHI, L.A.; KOCH, I. G. V. Estratégias de referenciação e progressão referencial na língua falada. In ABAURRE, M.B. (Org.). Gramática do Português falado. v.8 Campinas: Edunicamp/Fapesp, 1997. p. 31-58.
MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007, 170p.
MARCUSCHI, L. A. O barco textual e suas âncoras. In KOCH, I. G. V.; MORATO, E. M.; BENTES, A. C. Referenciação e Discurso. São Paulo: Contexto, 2005. p. 53-102.
MONDADA, L.; DUBOIS, D. Construction des objets de discours et catégorisation: une approche des processus de référenciation. TRANEL (Travaux Neuchâtelois de Linguistique), n. 23, p. 273-302, 1995.
MONDADA, L. Verbalisation de l ́espace et fabrication du savoir: Approche linguistique da la construction des objets de discours. Lausanne: Université de Lausanne, 1994.
RABATEL, A. La part de l’énonciateur dans la construction interactionnelle des points de vue. Marges Linguistiques, n.9, p. 115-136, 2005.

Downloads

Publicado

2012-12-30

Como Citar

CORTEZ, S. L. A anáfora no processamento textual (The anaphora in textual processing). Estudos da Língua(gem), [S. l.], v. 10, n. 2, p. 11-29, 2012. DOI: 10.22481/el.v10i2.1182. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/1182. Acesso em: 28 mar. 2024.