Infâncias afrofuturistas, cabelo crespo e sankofa: a estética como estratégia de resistência
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v8i1.12338Palavras-chave:
Afrofuturismo, Cabelo crespo, InfânciaResumo
O objetivo deste artigo é refletir acerca da valorização dos cabelos crespos em crianças enquanto resistência estético-política a partir das relações entre os conceitos de infância, afrofuturismo, cabelo crespo e sankofa. O artigo se fundamenta epistemologicamente em algumas perspectivas teóricas interdisciplinares e afrocentradas; e a metodologia se baseou na observação participante em marchas e encontros de valorização da estética negra entre 2014 e 2019 em nove capitais do Brasil. Com base neste arcabouço teórico-metodológico, a infância foi situada como ponto de partida para se pensar as relações étnico-raciais em diáspora, a fim de vislumbrar novas produções epistemológicas, estéticas e políticas que se distanciem das elaborações subjetivas coloniais. Abrindo caminhos e possibilidades, reconectar-se com o passado sustentado por memórias, histórias e estéticas da cultura africana é também ter a condição de alterar o futuro. Sendo assim, este pensamento pode conduzir à construção de possíveis roteiros para reparação social e convergência de práticas alicerçadas por valores e sentidos estéticos africanos.
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