Violência obstétrica e práticas assistenciais: vivências e representações sociais de mulheres
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v8i2.12874Palavras-chave:
Autonomia, Violência de gênero, Violência obstétricaResumo
Este estudo tem como objetivo apreender as representações sociais de mulheres sobre a violência obstétrica. Trata-se de um estudo exploratório, de natureza qualitativa fundamentado no aporte teórico-metodológico da Teoria das Representações Sociais. As participantes do estudo foram 30 mulheres. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada oportunizada por plataformas virtuais. Para o tratamento dos dados utilizou-se o software IRaMuTeQ. O corpus textual foi submetido ao processamento de análise de similitude e nuvem de palavras. A partir do estudo detalhado da árvore de similitude e da nuvem de palavras, foi possível organizar os resultados a partir de três temas e um subtema, a saber: 1 – Processo parturitivo: vivências e cuidados; 1.1 – A violência obstétrica como uma violação do ser mulher; 2 – A dor do parto: do fisiológico às intervenções desnecessárias e; 3 – O desejo de ser respeitada como pessoa. As representações sociais sobre a violência obstétrica para as participantes desse estudo estão centradas nos termos “parto”, “dor” e “querer”. As mulheres compreendem que tal violência é uma ação que desrespeita a autonomia da mulher e o poder de decisão sobre o seu corpo.
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