Saúde em cidade e território africano: o caso da Anemia Falciforme em Luanda-Angola
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v8i3.13863Palavras-chave:
Doença falciforme, Política pública, AngolaResumo
Na doença falciforme, o genótipo HbSS da anemia falciforme, considerado a forma mais grave, prevalente no continente africano, tem alta morbidade e mortalidade. Objetivo: identificar se a estrutura instalada na atenção às pessoas com anemia falciforme e seus familiares, contribui para a redução da mortalidade precoce em Angola. Material e Método: pesquisa exploratória descritiva, realizada em Luanda-Angola, no período entre agosto e dezembro de 2022. Foram aplicados questionários estruturados para 20 pessoas com doença falciforme e 15 familiares, todos com mais de 21 anos. A metodologia utilizada foi bola de neve. Para análise e discussão dos dados, foi utilizado o referencial teórico de Donabedian, com ênfase no eixo estrutura. Resultados: diagnóstico feito por sinais e sintomas, idade do diagnóstico entre 1 e 5 anos. A crise de dor predominou entre eventos agudos. Conclusão: inexistência de estrutura instalada de saúde em Luanda que garantam no serviço público gratuito o acesso à medicamentos, transfusão de sangue, vacinas especiais e exames complementares. A transferência de tecnologias sociais da organização de sociedade civil brasileira para a de Luanda mostra ser adequada.
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