Tenda dos Milagres: uma análise discursiva do romance de Jorge Amado
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v9i2.14180Palavras-chave:
Africanidades, Jorge Amado, Literatura, Religiosidade, SubjetivaçãoResumo
Este artigo buscou analisar alguns aspectos discursivos na obra Tenda dos Milagres, de autoria de Jorge Amado. Parte da percepção de que a discursividade religiosa que permeia a discursividade literária de Jorge Amado apresenta uma simbolização e ressignificação dos processos identitários, culturais e sócio-históricos próprios da matriz africana. Logo, adotando alguns dos procedimentos da análise do discurso sob uma perspectiva foucaultiana, o objetivo foi, por meio das práticas de subjetivação e objetivação, perceber as subjetividades que envolvem as vozes que emergem no discurso religioso, o candomblé, na obra Tenda dos Milagres. As análises oportunizaram a constatação de que os silenciamentos e as subjetividades produzidas nos locais de moradia e no Candomblé constituem sentidos nos movimentos na e da história, na composição dos sujeitos do discurso e suas identidades, demarcando resistências e lutas que preservam a cultura, etnicidade, manifestações de fé e de pertencimentos dos sujeitos-personagens da obra desse escritor baiano.
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