Dissidentes intelectuais negras: das encruzilhadas epistemológicas aos paradigmas anticoloniais
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v9i2.14339Palavras-chave:
Interseccionalidade, Mulher negra, Paradigmas descolonizadoresResumo
O presente artigo integra parte de uma pesquisa de doutorado já concluída em que foi utilizada também a metodologia de revisão bibliográfica e documental, o objetivo foi estruturar uma análise epistêmica comparada acerca das produções de Bairros (1995), Fernandes (1989), Gonzalez (1984), Hahner (1981) e Nepomuceno (2013) que abordam questões relacionadas à mulher negra na sociedade brasileira, marcadas sobretudo pelo modo como cada intelectual articula as categorias: raça, gênero e classe, bem como o conceito de interseccionalidade. Gonzalez (1984) com exímio pioneirismo traz à baila discussões acerca das condições da mulher negra na sociedade brasileira, com um pertinente e aguçado olhar voltado aos marcadores sociais de gênero, raça e classe, além das fundamentadas e concisas críticas aos cânones sociológicos cisheteropatriarcais, classistas e brancos como: Gilberto Freyre (1933), Florestan Fernandes (1989) e Costa Pinto (1953) que elaboraram estudos distorcidos sobre realidades onde o racismo, o machismo e sexismo perpetraram-se, ao negligenciarem o recorte de raça em especificidade ao gênero, em seus estudos amplamente difundidos e legitimados, ratificaram a naturalização e o fortalecimento de opressões como o racismo, o machismo e o sexismo. Estas opressões combinadas potencializam as situações de vulnerabilidade que atingem especificamente o segmento social feminino negro.
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