Violência doméstica e psicologia: uma revisão integrativa da literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/rsc.v19i3.12661

Palavras-chave:

violência doméstica, psicologia, psicanálise, mulher

Resumo

A violência doméstica corresponde um importante problema social e de saúde pública, pela sua alta ocorrência e pela gravidade de suas consequências. Este trabalho objetivou analisar como tem se dado a atuação da psicologia em relação à violência doméstica; as consequências da violência doméstica; os fatores de risco e proteção presentes; e as propostas de intervenção. Para tanto, utilizou-se a revisão de literatura integrativa. Como resultados, compreendeu-se que a literatura psicológica sobre o tema se desenvolveu a partir da teoria proposta por Freud, avançando ao longo do tempo e proporcionando um melhor entendimento sobre a forma como as dinâmicas familiares envoltas por violência se estabelecem. Verificou-se que o suporte familiar e social; a legislação; e os atendimentos das redes socioassistenciais correspondem a fatores importantes para a interrupção da violência. Constatou-se, ainda, que as consequências desta forma de violência não são restritas ao âmbito físico, atingindo também os aspectos sociais e emocionais da mulher e da família. É preciso avançar nas propostas de intervenção, fortalecendo as políticas públicas e o atendimento adequado às necessidades individuais. Faz-se necessária a realização de outras pesquisas que contribuam para uma compreensão mais ampla da temática e para a delimitação de estratégias efetivas de intervenção.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A vitimização de mulheres no Brasil. 3. ed. Brasília; 2021 [Citado 2023 Mai 2]. 44 p. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/06/relatorio-visivel-e-invisivel-3ed-2021-v3.pdf.

Brasil. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF; 2006 [Citado 2021 Ago 15]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm.

Lima TCS, Mioto RCT. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Rev. Katálysis. 2007; 10(spe): 37-45.

Sousa LMM, Marques-Vieira C, Severino S, Antunes V. A metodologia de revisão integrativa da literatura em enfermagem. Revista investigação em enfermagem. 2017; II(21): 17-26.

Krug EG, Mercy JA, Dahlberg LL, Zwi AB. World report on violence and health. Geneva: Organização Mundial da Saúde; 2002.

Zuma CE. Em busca de uma rede comunitária para a prevenção da violência na família. Anais do III Congresso Brasileiro de Terapia Comunitária. Fortaleza, Brasil; 2005 [Citado 2023 Mai 2]. Disponível em: https://noos.org.br/wp-content/uploads/2019/03/Embuscadeumaredecomunitariaparaaprevencaodaviolencianafamilia.pdf.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência intrafamiliar: orientações para prática em serviço / Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

Miura PO, Silva AC dos S, Pedrosa MMMP, Costa ML, Nobre Filho JN. Violência doméstica ou violência intrafamiliar: análise dos termos. Psicol. Soc., v. 30, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-0310/2018v30179670. Acesso 20 set. 2021.

Carvalho JR, Oliveira VH. Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (PCSVDF Mulher): Violência Doméstica, Violência na Gravidez e Transmissão entre Gerações. Relatório Executivo III, Fortaleza, 2017. Disponível em: https://www.institutomariadapenha.org.br/assets/downloads/relatorio_I.pdf. Acesso em: 5 dez. 2019.

Lourenço LM, Costa DP. Violência entre Parceiros Íntimos e as Implicações para a Saúde da Mulher. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, v. 13, n. 1, p. 1-18, 2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.36298/gerais2020130109. Acesso 4 out. 2021.

Oliveira PP de, Viegas SM da F, Santos WJ dos, Silveira EAA da, Elias SC. Mulheres vítimas de violência doméstica: uma abordagem fenomenológica. Texto Contexto Enfermagem, v. 24, n. 1, p. 196-203, 2015.

Conte RF, Mühlen BK. A percepção da violência de gênero e a transmissão geracional em mulheres que sofrem violência doméstica. Revista Educação e Linguagens, v. 9, n. 18, p. 240-264, 2020. Disponível em: http://revista.unespar.edu.br/index.php/revistaeduclings/article/view/136/614. Acesso em 19. set. 2021.

Sá SD. Características sociodemográficas e de personalidade de mulheres vítimas de violência doméstica. 2011. 93p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2011.

Souza MB, Silva MFS da, Tavares RN, Souza NF de, Rivas BMB, Costa CNM, et al. Características de personalidade das mulheres vítimas de violência doméstica. Id online Rev. Mult. Psic., v. 12., n. 39, p. 552-572, 2018.

Freud S. Projeto para uma psicologia científica (1895). Trad. De P. D. Correa. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud).

Costa JF. Violência e psicanálise. São Paulo: Graal, 1986.

Silva CR da. Violência de gênero no Brasil e na América Latina: um enfoque psicanalítico, a produção de conhecimento e perspectivas de enfrentamento. Rev. Bras. Psico. e Educ., v. 20, n. 1, p. 80-96, 2018. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/11284/7389. Acesso 24 set. 2021.

Freud S. Reflexões para os tempos de guerra e morte (1915). Trad. De P. D. Correa. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud).

Freud S. Além do princípio do prazer (1920). Trad. De P. D. Correa. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud).

Freud S. Mal-estar na civilização (1929). Trad. De P. D. Correa. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud).

Freud S. Por que a guerra? (1932). Trad. De P. D. Correa. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud).

Winnicott DW. O Ambiente e os Processos de Maturação (1958). Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.

Lamanno-Adamo VLC. Violência doméstica: uma contribuição da psicanálise. Ciência & Saúde Coletiva, v. 4, n. 1, p. 153-159, 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/NgPkhVcy7VBjLtbH58xGmch/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 17 set. 2021.

Freud S. O problema econômico do masoquismo (1927). Trad. De P. D. Correa. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud).

Ferreira ES, Danziato LJB. A violência psicológica na mulher sob a luz da psicanálise: um estudo de caso. Cad. Psicanál., v. 41, n. 40, p. 149-168, 2019. Disponível em: http://cprj.com.br/ojs_cprj/index.php/cprj/article/view/144/135. Acesso 01 out. 2021.

Fiorini LG. Hacia una desconstrucción de “lo feminino” – Discursos, Lógicas y Poder: Implicancias teórico-clínicas. Revista de Psicoanalisis (APA), v. 87, n. 1, p. 801-817, 2019.

Levy L, Gomes IC. Relação conjugal, violência psicológica e complementaridade fusional. Psic. Clin., v. 20, n. 2, p. 163-172, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pc/a/s9h6jTnp7LyMcG5GPVdJg8h/?format=pdf&lang=pt. Acesso 07 ago. 2021.

Bianco OMD. Trauma infantil, violência contra a mulher e depressão na vida adulta: um olhar à luz da psicanálise winnicottiana. 2020. 226 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, 2020. Disponível em: https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/23107/2/Omar%20Moreira%20Del%20Bianco.pdf. Acesso em 30 ago. 2021.

Bonafé Sei M. Abrindo espaço para o ser: Winnicott e a ludoterapia no contexto da violência família. Psychê, v. 22, p. 199-241, 2008. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/307/30711292015.pdf. Acesso em: 10 ago. 2021.

Soifer R. Psicodinamismos da família com crianças: terapia familiar com técnica de jogo. Petrópolis: Editora Vozes, 1983.

Razera J, Cenci CMB, Falcke D. Violência Doméstica e Transgeracionalidade: um Estudo de Caso. Revista de Psicologia da IMED, v. 6, n. 1, p. 47-51, 2014.

Ratajczyk MR, Silva TMG da, Marques AG. A transgeracionalidade da violência de gênero: repercussões na saúde materno-infantil. In: Anais do XI EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica. Maringá, Brasil, 2018. Disponível em: http://rdu.unicesumar.edu.br/bitstream/123456789/4051/1/Marcio%20Rodrigo%20Ratajczyk.pdf. Acesso em 30 set. 2021.

Vives J. La Violencia em los hombres. Comentário a apresentação do texto de Jessica Benjamin no XIV Diálogo Latinoamericano Intergeneracional entre Hombres y Mujeres Comité Mujeres y Psicoanálisis de la IPA/COWAP 24 y 25 de abril, D.F. México. “Poder, Género y Amor: Perspectivas femeninas contemporáneas”, 2020.

Narvaz M, Koller SH. Famílias, gêneros e violências: desvelando as tramas da transmissão transgeracional da violência de gênero. In: STREY, M. N.; AZAMBUJA, M. P. R.; JAEGER, F. P. (Orgs.), Violência, Gênero e Políticas Públicas. Porto Alegre: EdiPucrs, 2004.

Ávila TAP. Articulação do trabalho em rede para a proteção à mulher em situação de violência doméstica e familiar. In: CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO (org). Violência contra a mulher: um olhar do Ministério Público Brasileiro. Brasília: CNMP, 2018, p. 141-163. Disponível em: https://www1.ufrb.edu.br/etica/images/VIOLENCIA_CONTRA_A_MULHER_CNMP.pdf#page=141. Acesso em 4 set. 2021.

Martins E, Rato M, Marques E. Violência familiar: conceitos, impacto e intervenção dos profissionais de saúde. Egitania Sciencia, n. 21, jun-dez, 2017.

Pereira ARC. Políticas públicas para as mulheres: da história à intervenção profissional. 2018. 41p. Monografia (Graduação em Psicologia) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS, 2018.

Coimbra JC, Ricciardi U, Levy L. Lei Maria da Penha, equipe multidisciplinar e medidas protetivas. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 70, n. 2, p. 158-172, 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672018000200012 &lng=pt&tlng=pt. Acesso 07 set. 2021.

Silva IMS. Rede de atendimento à mulher, vítima de violência doméstica, na cidade de Aracaju/SE. 2021. 55 f. (Trabalho de Conclusão de Curso Bacharel em Direito) – Universidade Federal do Sergipe, São Cristóvão, SE, 2021. Disponível em: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/14140/2/Isadora_Maria_Santos_Silva.pdf. Acesso em 7 out. 2021.

Ellsberg M, Arango DJ, Morton M, Gennari F, Kiplesund S, Contreras M, et al. Prevention of violence against women and girls: what does the evidence say? The Lancet, v. 385, n. 9977, 18-24, 2015.

Machado ASM, Bhona FMC, Lourenço LM. Intervenção com mulheres vítimas de violência doméstica: uma revisão bibliométrica. Pesquisas e Práticas Psicossociais, v. 15, n. 1, p. 1-13, 2020.

Nothaft RJ, Beiras A. O que sabemos sobre intervenções com autores de violência doméstica e familiar? Revista Estudos Feministas. Florianópolis, v. 27, n. 3, p. 1-14, 2019.

Curia BG, Gonçalves VD, Zamora JC, Ruoso A, Ligório IS, Habigzang L. Produções Científicas Brasileiras em Psicologia sobre Violência contra Mulher por Parceiro Íntimo. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 40, p. 1-19, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003189184. Acesso 22 out. 2021.

Silva AFC, Alves CG, Machado GD, Meine IR, Silva RM da, Carlesso JPP. Domestic violence against women: sociocultural context and mental health of the victim. RSD [Internet]. 2020Jan.1 [cited 2023May1];9(3):e35932363. Disponível em: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i3.2363. Acesso em 21 set. 2021.

Downloads

Publicado

2023-11-30

Como Citar

Medeiros, A. P., Cambaúva, C. E. ., & da Silva Miranda, R. L. (2023). Violência doméstica e psicologia: uma revisão integrativa da literatura. Saúde.Com, 19(3). https://doi.org/10.22481/rsc.v19i3.12661

Edição

Seção

Artigos de revisão