DOENÇA NEONATAL ASSOCIADA AO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B
Resumo
O estreptococo do Grupo B (EGB) ou Streptococcus agalactiae, são bactérias que colonizam o trato gastrointestinal e geniturinário de humanos. Em gestantes a presença deste micro-organismo varia entre 3% a 41% e sua importância clínica está associada à contaminação vertical dos neonatos de parturientes colonizadas, além das possíveis complicações clínicas. O presente estudo tem como objetivo englobar aspectos microbiológicos e preventivos da doença estreptocócica perinatal e contribuir para a aplicabilidade destes conhecimentos no sistema de saúde brasileiro. Como método, adotou-se a revisão bibliográfica com base em artigos publicados entre os anos de 1996 e 2016. A colonização da gestante pelo EGB está intimamente associada ao parto prematuro e à possibilidade de ocorrência de infecções graves no recém-nascido. Em pesquisas realizadas nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil, a taxa de isolamento do EGB em gestantes foi de 11,2% a 21,6%. O diagnóstico muitas vezes é difícil e as estratégias disponíveis para diminuir a frequência desta infecção são quimioprofilaxia, a imunização, ainda não disponível no Brasil, antissepsia do canal de parto e coleta para cultura de secreção vaginal e anal colhida entre a 35ª e 37ª semana de gestação. A verificação dos casos e análise das taxas de infecção materna poderá contribuir para adoção de medidas preventivas mais eficazes, visando diminuir a infecção em recém-nascidos, sequelas ou mesmo óbito.