DINÂMICA TEMPORAL DE REDES FUNCIONAIS CORTICAIS EM PORTADORES DE ALZHEIMER
DOI:
https://doi.org/10.22481/rsc.v15i2.4727Palavras-chave:
AlzheimerResumo
A doença de Alzheimer (DA) é a principal forma de demência entre idosos e caracteriza-se, do ponto de vista neuropatológico, pela presença de emaranhados neurofibrilares e deposição amiloide, que ocasiona a perda da conectividade funcional em estágios pré-clínicos da doença. Este trabalho visa comparar padrões topológicos (temporais e espaciais) da conectividade funcional cerebral cortical de indivíduos sem demência e com DA em diferentes estágios (DA muito leve, DA leve e DA moderado a grave). Os dados de EEG, 19 eletrodos (Sistema 10-20) foram cedidos de um estudo realizado no Hospital Geral de Veteranos em Taipei, Taiwan. Redes funcionais cerebrais foram geradas através do método de Sincronização por Motifs e caracterizadas por índices de conectividade e de estabilidade temporal. Não foram encontradas diferenças significativas, contudo, os resultados mostram uma tendência para aumento da conectividade, avaliada pela média do grau ponderado, em estágios iniciais da doença, e decréscimo deste índice com a progressão da enfermidade. A estabilidade, avaliada a partir do coeficiente de variação do número de arestas, demonstrou valores muito próximos entre os grupos, com pequeno decréscimo para DA leve e DA moderado a grave, comparado a DA muito leve e controle. Enquanto a estabilidade computada pelo coeficiente de variação da aglomeração demonstrou um aumento do índice com a progressão da doença, revelando uma tendência a redução na estabilidade topológica da rede com o avanço da enfermidade. A análise dos hubs mais representativos das redes revelou uma menor proporção em regiões funcionalmente afetadas pela DA, principalmente no último estágio da enfermidade, enquanto estágios iniciais apresentaram uma maior proporção corroborando achados de trabalhos anteriores. Tais resultados indicam alteração no padrão de conectividade e estabilidade na dinâmica da rede de sincronização funcional dos grupos analisados. Em virtude da alta variabilidade, que pode ter sido a causa dos resultados não significativos, sugere-se estudos futuros com um design longitudinal.