Escravização do corpo pelos padrões de beleza: reflexões sob a perspectiva da bioética
DOI:
https://doi.org/10.22481/rsc.v17i1.5001Palavras-chave:
Beleza, bioética, estéticaResumo
Este estudo busca refletir sobre as implicações de tratamentos estéticos ditados por um paradigma de beleza frente ao processo de saúde-doença. Trata-se de uma reflexão teórica a partir do resgate de elementos históricos e de pesquisas realizadas no Brasil. A prática de tratamentos estéticos é muitas vezes abusiva, possuindo uma indicação terapêutica sob o pretexto de contribuir para a auto-estima do cliente. No entanto, é comum ocorrer consequências indesejáveis, remetendo-nos a questões bioéticas, em que se observa a busca pela saciedade em atender os padrões impostos pela sociedade, em contraponto com a ética que rege as profissões da área de saúde que deve primar pela defesa da saúde e bem-estar dos clientes. Ações de valorização do corpo humano, que contemple seu bom funcionamento, a despeito de regras e formas pré-determinadas daquilo que se diz que é belo, devem ser priorizadas.
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