A Internacionalização do Capital Monopolista
Resumo
Em artigo de 1997, sob o título More (or Less) on Globalization, Paul Sweezy havia se referido às “três tendências subjacentes mais importantes na história recente do capitalismo, o período que se inicia com a recessão de 1974-75: (1) o arrefecimento da taxa global de crescimento; (2) a proliferação por todo o globo das corporações multinacionais monopolistas (ou oligopolistas); e (3) o que pode ser chamado de financeirização do processo de acumulação capitalista” (Sweezy argumenta que a globalização não é uma tendência recente do capitalismo, mas um aspecto de sua história)2 . A primeira e a terceira destas três tendências – de estagnação nas economias ricas e de financeirização da acumulação – têm sido objeto de discussão ampla desde o início da grave crise financeira de 2007-09. Porém, a segunda tendência, que pode ser chamada de “internacionalização do capital monopolista”, tem recebido atenção bem menor. De fato, o discurso neoliberal dominante – também absorvido pela esquerda – afirma que a tendência ao monopólio é discussão passada. Nesta narrativa, a estrutura oligopolista do início do capitalismo pós-Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos e em vários lugares foi quebrada e substituída por uma nova era de competição global intensa