Do treinamento de habilidades ao ser-com-o-outro-na-música: duas formas de abordar o desenvolvimento de processos comunicativos com crianças e adolescentes autistas em Musicoterapia (From skills development to being-with-the-other-in-music: two approach...)
DOI:
https://doi.org/10.22481/el.v21i1.13387Palavras-chave:
Musicoterapia; Experiência Musical Compartilhada; Comunicação; Autismo.Resumo
Este artigo aborda duas formas de conceber e trabalhar com a experiência musical na Musicoterapia com crianças e adolescentes autistas. A partir de duas vinhetas clínicas, são apresentadas reflexões sobre como a experiência musical compartilhada pode ser mediada ou conduzida para alcançar o desenvolvimento de processos comunicacionais com pessoas autistas. Alguns conceitos da Musicoterapia, em especial da Musicoterapia Comunitária, das Neurociências, da Gestalt-terapia, dos Estudos da Deficiência e da Biologia do Conhecer são utilizados como fundamentos para o estabelecimento de um mosaico teórico que possibilita compreender o contexto e as situações clínicas, desvelando percursos clínicos possíveis nos atendimentos musicoterapêuticos.
Downloads
Referências
AIGEN, K. Paths of Development in Nordoff-Robbins Music Therapy. Gilsum: Barcelona, 1998.
AIGEN, K. Music-centered music therapy. Gilsum: Barcelona, 2005.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
ANDRE, A. M. et al. Análise psicométrica das Escalas Nordoff-Robbins como instrumento de avaliação no tratamento musicoterapêutico de crianças autistas em acompanhamento no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Per Musi, v.2018, p.1–12, 2018.
BARBOSA, A. D. et al. A não adesão de pais de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo em Grupo de Musicoterapia: um relato de experiência. Revista Brasileira de Musicoterapia, v.24, p.26–44, 2018.
BARCELLOS, L. R. M. Musicoterapia: Alguns Escritos. Rio de Janeiro: Enelivros, 2004a.
BARCELLOS, L. R. M. Musicalidade Clínica. In: Musicoterapia: Alguns Escritos. Rio de Janeiro: Enelivros, 2004b. p.67–84.
BARCELLOS, L. R. M. A Música como Metáfora em Musicoterapia. Tese (Doutorado em Música) - Rio de Janeiro: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2009.
BARCELLOS, L. R. M. Quaternos de Musicoterapia e Coda. Dallas: Barcelona, 2016.
BRANDALISE, A. Musicoterapia Músico-Centrada. São Paulo: Apontamentos, 2001.
BRANDALISE, A. Music-Centered Music Therapy. Revista Brasileira de Musicoterapia, v.19, p.52–65, 2015.
BRUSCIA, K. E. Improvisational Models of Music Therapy. Springfield: Charles C. Thomas, 1987.
BRUSCIA, K. E. An Introduction to Music Psychoterapy. In: The Dynamics of Music Psychotherapy. Gilsum: Barcelona, 1998. p.1–15.
BRUSCIA, K. E. Defining Music Therapy. 3.ed. University Park: Barcelona, 2014.
CHAGAS, M. Comunidade em Musicoterapia: Construindo Coletivos. Revista Brasileira de Musicoterapia, v.21, p.117–139, 2016.
COSTA, C. M. O Despertar para o Outro: Musicoterapia. São Paulo: Summus, 1989.
COSTA, C. M.; VIANNA, M. N. DE S. Música – uma linguagem terapêutica para psicóticos. Revista da Associação Brasileira de Psiquiatria e da Associação de Psiquiatria da América Latina, v.7, n.27, p.163–167, 1985.
FONSECA, E. H. P. et al. Musicoterapia, Autismo e Son-Rise: um estudo exploratório através de entrevista. Revista Brasileira de Musicoterapia, v.19, p.198–205, 2017.
FRAZÃO, L. M. Doença, Saúde e Cura. In: D’ACRI, G.; LIMA, P.; ORGLER, S. (Eds.). Dicionário de Gestalt-terapia “Gestaltês”. São Paulo: Summus, 2007. p.70–72.
FREIRE, M. et al. Validação da Escala de Desenvolvimento Musical de Crianças com Autismo (DEMUCA): análise semântica, interexaminadores, consistência interna e confiabilidade externa. OPUS, v.25, n.3, p.158, 2019.
FREIRE, M. H. et al. Effects of improvisational music therapy on the treatment of preschool children with autism. Approaches Music Therapy & Special Music Education, v.6, p.143, 2014.
FREIRE, M. H. et al. Musicoterapia Improvisacional Musicocentrada e Crianças com Autismo: Relações entre Desenvolvimento Musical, Ganhos Terapêuticos e a Teoria da Musicalidade Comunicativa. Musica Hodie, v.21, p.1–31, 2021.
GINGER, S.; GINGER, A. Gestalt: uma terapia do contato. 4.ed. São Paulo: Summus, 1995.
GINGRAS, B. et al. Defining the biological bases of individual differences in musicality. Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, v.370, n.1664, p.20140092–20140092, 2015.
HONING, H. et al. Without it no music: cognition, biology and evolution of musicality. Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, v.370, n.1664, p. 20140088, 2015.
IVANOVICH, A. C. F.; GESSER, M. Disability and ableism: correction of bodies and production of (a)political persons. Quaderns de Psicologia, v.22, n.3, p.e1618, 2020.
MATURANA, H. R.; MAGRO, C.; PAREDES, V. Cognição, Ciência e Vida Cotidiana. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
MATURANA, H. R.; VARELA, F. J. A Árvore do Conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2011.
MERRIAM, A. P. The anthropology of music. 6. paperback print ed. Evanston: Northwestern University Press, 2006.
NASCIMENTO, M. (ED.). Musicoterapia e a Reabilitação do Paciente Neurológico. São Paulo: Memnon, 2009.
NORDOFF, P.; ROBBINS, C.; MARCUS, D. Creative Music Therapy: a guide to fostering clinical musicianship. Gilsum: Barcelona, 2007.
PAVLICEVIC, M. Music therapy: intimate notes. London: Jessica Kingsley, 1999.
PERETZ, I. The nature of music from a biological perspective. Cognition, v.100, n.1, p.1–32, 2006.
PERLS, F. S.; HEFFERLINE, R.; GOODMAN, P. Gestalt-terapia. 2.ed. São Paulo: Summus, 1997.
REHFELD, A. Fenomenologia e Gestalt-terapia. In: FRAZÃO, L. M.; FUKUMITSU, K. O. (Eds.). Gestalt-terapia: Fundamentos Epistemológicos e Influências Filosóficas. Coleção Gestalt-terapia: fundamentos e práticas. São Paulo: Summus, 2013. p.12–15.
SAMPAIO, R. T. Musicoterapia. In: CASA DO AUTISTA (Ed.). Autismo: Orientação para Pais. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. p.19.
SAMPAIO, R. T. Música e Comunicação: Reflexões sobre a Biologia do Conhecer e a Musicoterapia. Revista Brasileira de Musicoterapia, v.6, p.39–51, 2002a.
SAMPAIO, R. T. Novas Perspectivas de Comunicação em Musicoterapia. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica)—São Paulo: PUC-SP, 2002b.
SAMPAIO, R. T. Música e Comunicação em Musicoterapia: um percurso de pesquisa. VII Encontro Nacional de Pesquisa em Musicoterapia... Anais. Anais... In: VII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM MUSICOTERAPIA. São Paulo: APEMESP, 2007a.
SAMPAIO, R. T. Considerações sobre a Linguagem na Prática Clínica Musicoterapêutica numa Abordagem Gestáltica. XVII Encontro Nacional da ANPPOM... Anais. Anais... In: XVII ENCONTRO NACIONAL DA ANPPOM. São Paulo: Instituto de Artes - UNESP, 2007b.
SAMPAIO, R. T. Avaliação da Sincronia Rítmica em crianças com Transtorno do Espectro do Autismo em Atendimento Musicoterapêutico. Tese (Doutorado em Neurociências)—Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2015.
SAMPAIO, R. T. Renato Tocantins Sampaio (autobiography). In: MAHONEY, J. F. (Ed.). The Lives of Music of Music Therapists: Profiles in Creativity. Dallas: Barcelona, 2018. v.3, p.376–386.
SAMPAIO, R. T. Compreensões Gestálticas sobre o Autismo: implicações para a prática clínica. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Psicologia Clínica: Gestalt-terapia e Análise Existencial—Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2021a.
SAMPAIO, R. T. Música e Inclusão Escolar. In: SOARES, Â. M. et al. (Eds.). Caminhos da Aprendizagem e Inclusão: entretecendo múltiplos saberes. Volume III. Belo Horizonte: Artesã, 2021b. p.355–376.
SAMPAIO, R. T.; LOUREIRO, C. M. V.; GOMES, C. M. A. A Musicoterapia e o Transtorno do Espectro do Autismo: uma abordagem informada pelas neurociências para a prática clínica. Per Musi, n.32, p.137–170, 2015.
SANTAELLA, L. Comunicação E Pesquisa. São Paulo: Hacker, 2001.
SARTRE, J. P. O Existencialismo é um Humanismo. 4.ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2014.
SCHAPIRA, D. Musicoterapia: facetas de lo inefable. Rio de Janeiro: Enelivros, 2002.
STIGE, B. Musical Participation, Social Space and Everyday Ritual. In: STIGE, B. et al. (Eds.). Where Music Helps: Community Music Therapy in Action and Reflection. Ashgate popular and folk music series. Farnham: Ashgate, 2010. v.125–147.
STIGE, B. et al. (EDS.). Where Music Helps: Community Music Therapy in Action and Reflection. Farnham: Ashgate, 2010.
STIGE, B. Health Musicking: A perspective on Music and Health as Action and Performance. In: MACDONALD, R. A. R.; KREUTZ, G.; MITCHELL, L. (Eds.). Music, health, and wellbeing. Oxford: Oxford University Press, 2012. p.183–195.
TAN, Y. T. et al. The genetic basis of music ability. Frontiers in Psychology, v.5, 2014.
THAUT, C. P. Patterned Sensory Enhancement (PSE). In: THAUT, M.; HOEMBERG, V. (Eds.). Handbook of neurologic music therapy. New York: Oxford University Press, 2014. p.106–115.
TOFFOLO, M. R.; TOFFOLO, M. R. Pisando o palco: um resultado da Musicoterapia com pacientes adultos cegos. Revista Brasileria de Musicoterapia, v.11, p.163–185, 2011.
TOMAINO, C. M. Usando Estimulação Auditiva Rítmica para Reabilitação. In: DREHER, S. C.; MAYER, G. C. T. (Eds.). Musicoterapia Neurológica: evocando as vozes do silêncio. São Leopoldo: Faculdades EST, 2014. p.7–34.
TREVARTHEN, C. Human biochronology: on the source and functions of ‘musicality’. In: HAAS, R.; BRANDES, V. (Eds.). Music that works: Contributions of Biology, Neurophysiology, Psychology, Sociology, Medicine and Musicology. Viena: Springer, 2009. p.221–265.
WORLD FEDERATION OF MUSIC THERAPY. Definição de Musicoterapia. Revista Brasileira de Musicoterapia, v.2, p.4, 1996.
YONTEF, G. M. Processo, Diálogo e Awareness: Ensaios em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1998.
ZINKER, J. C. A Busca da Elegância em Psicoterapia: uma abordagem gestáltica com casais, famílias e sistemas íntimos. São Paulo: Summus, 2001.
ZINKER, J. C. Processo Criativo em Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus, 2007.
ZUCKERKANDL, V. Sound and Symbol: Man the Musician. v.2. Princeton: Princeton University Press, 1976.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam em Estudos da Língua(gem) concordam com os seguintes termos:
Estudos da Língua(gem) mantém os direitos autorais das contribuições publicadas e disponibiliza seu conteúdo gratuitamente por meio do portal. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, com reconhecimento de autoria e créditos de publicação inicial nesta revista, indicando endereço online.
