Processos de nomeação de escravizados e forros em documentos coloniais (Naming processes for slaves and freedmen in colonial )
DOI:
https://doi.org/10.22481/el.v21i1.10367Palavras-chave:
Escravidão, Antroponomástica, Filologia, Práticas culturais, Livros do TomboResumo
No período colonial, quando cerca de 12,5 milhões de indivíduos foram sequestrados em África e trazidos como mercadoria para a América portuguesa. Além da privação de liberdade, da perda dos laços de família e dos horrores da viagem, os escravizados sofreram o apagamento de suas identificações, pela substituição de seus nomes africanos por nomes cristãos, em língua portuguesa, quando da imposição do batismo. Neste artigo, por meio da análise crítico-filológica, aliada ao estudo dos antropônimos aplicados a documentos coloniais contidos nos Livros do Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia, examinam-se alguns dos processos de nomeação da população de cativos e libertos. Dentre os resultados alcançados, a pesquisa mostrou que através de diversos epítetos o propósito principal de agregar nomes aos escravizados é determinar sua natureza e aptidão para o trabalho, sendo possível, assim, compreender aspectos importantes da sociedade no período.
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