Entre ausências e emergências, genocídios e epistemicídios: notas sobre metrópole e “espacialidades enegrecidas”
DOI:
https://doi.org/10.22481/rg.v4i1.6178Resumo
Este trabalho é uma proposição alternativa às condições quase sempre imutáveis dos estudos que se debruçam sobre o urbano na Geografia. O interesse parte de um pressuposto que ratifique a necessária reconstrução e o enaltecimento da ciência geográfica enquanto materialidade indiscutivelmente potente, mas ainda indolente no que se refere a corpos de homens e mulheres negras que se especializam pela metrópole. Para além do apontamento de perspectivas problemáticas para o desenvolvimento da vida desses sujeitos, o artigo tenta valorizar o profícuo nascituro de postulados epistemológicos que podem surgir a partir disso. Por meio do diálogo com os debates relativos à analítica da colonialidade, sobretudo mediante sua relação com o corpo e o espaço, tentamos prostrar essa crítica.
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