O Lobolo no Sul de Moçambique: uma convergência entre a modernidade e a tradição
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v9i3.14595Palavras-chave:
emancipação, empoderamento, loboloResumo
O Lobolo é um casamento tradicional praticado no Sul de Moçambique, que consiste na entrega de bens materiais e valores monetários à família da noiva para realizar uma união reconhecida entre os parentes do noivo e os parentes da noiva. Esta prática sociocultural mostra-se dinâmica, transformando-se e reinventando-se ao longo do tempo, assumindo diversos contornos, podendo estar inserido no conflito entre a “tradição” e a “modernidade”. O Lobolo resistiu no tempo, tendo sido desencorajado tanto pelas autoridades coloniais, defensoras de um casamento monogâmico e o desencorajamento continuou no governo de Moçambique, logo após a Independência Nacional em 1975, e foi considerada uma prática retrógrada, contra os ideais revolucionários. São objectivos do estudo: mostrar o carácter resiliente do Lobolo às pressões políticas, tanto no período colonial, quanto no período pós-independência; apresentar as percepções sociais sobre a sua vitalidade no tempo. Metodologicamente: usou-se a revisão da literatura específica do tema, combinando com as entrevistas semiestruturadas.
Palavras-Chave: lobolo, emancipação, empoderamento.
Downloads
Referências
BAGNOL, Brigitte. O Lovolo e os Espíritos no Sul de Moçambique. Análise Social. v. 43, n. 187, p. 251–272, 2008.
CABAÇO, José Luis. O homem novo: breve itinerário de um projecto. In: SOPA, António Sopa (org). Samora: homem do povo. Maputo: Maguezo Editores, 2001, p. 137-146.
FERNANDES, Rhuann Lobolo: celebração litúrgica e tradicional no sul do Moçambique. Campos - Revista de Antropologia, [S. l.], v. 19, n. 2, p. 124–134, 2018. DOI: https://doi.org/10.5380/cra.v19i2.63709
FERREIRA. António Rita. Pequena História de Moçambique, Edição 188, Universidade de Virgínia, 1975.
GRANJO, Paulo. O lobolo do meu amigo Jaime: um velho idioma para novas vivências conjugais. Travessias: Revista de ciências sociais e humanas em língua portuguesa, Rio de Janeiro, v. 4/5 ,2004, p.47-78, 2004.
HONWANA. Alcinda Manuel. Espíritos vivos, tradições modernas: possessão de Espíritos e Reintegração Social Pós-guerra no Sul de Moçambique, Maputo: Promedia, 2002.
ISAACMAN, Barbara; STEPHEN, June. A Mulher moçambicana no processo de libertação, CEA-UEM, Maputo, 1985.
JUNOD, Henri. Alexandre. Usos e costumes dos bantu. Volume I. Maputo: Editora do Arquivo Histórico de Moçambique, 1996.
MACHEL, Samora. Educar o Homem para vencer a guerra, criar uma sociedade nova e desenvolver a pátria. Maputo. Departamento do Trabalho Ideológico. FRELIMO, 1975.
MALINOWSKI, Bronislaw; RADCLIFFE-BROWN, Alfred. The dynamics of cultural Change: an inquiry to races relations in Africa. New Haven, CT: Yale University Press, 1973.
MARTINEZ, Francisco Lerma. Antropologia Cultural- Guia para o estudo. 6ª ed. Maputo, Paulinas, 2002.
MATAVELE, Alberto Sousa. Actualidade dos valores da sociedade tradicional, CEA-UEM, Maputo, 1985.
MELLO, Luís Gonzaga de. Antropologia Cultural. Petrópolis. Vozes, 1986.
MUSSANE, Guilherme Afonso. A Kuna N’kinga. O Lobolo como foco das representações locais de mudança social. 2009. 109 f. (Mestrado em Sociologia e Antropologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
SILVA, Aline Beatriz Miranda da. Lobolar, Casar e Presentear. Notas Sobre o Lobolo em Moçambique. Equatorial, v. 9, n.17, p. 1-22, julho/dezembro de 2022.
SIMBINE JUNIOR, Rafael. Celebração Litúrgica do Lobolo, Ed. Paulinas. Maputo, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 ODEERE
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você é livre para:
Compartilhar - copia e redistribui o material em qualquer meio ou formato; Adapte - remixe, transforme e construa a partir do material para qualquer propósito, mesmo comercialmente. Esta licença é aceitável para Obras Culturais Livres. O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Sob os seguintes termos:
Atribuição - você deve dar o crédito apropriado, fornecer um link para a licença e indicar se alguma alteração foi feita. Você pode fazer isso de qualquer maneira razoável, mas não de uma forma que sugira que você ou seu uso seja aprovado pelo licenciante.
Não há restrições adicionais - Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outros para fazer qualquer uso permitido pela licença.