Memórias e espelhamentos sobre “tornar-se negra” fazendo docência no ensino superior
DOI:
https://doi.org/10.22481/odeere.v9i3.14631Palavras-chave:
Docência, Ensino superior, Mulher negra, Ciência antirracista.Resumo
Este artigo apresenta memórias da experiência docente de uma jovem que se tornou negra na Universidade, reconfigurando assim a forma de se posicionar no mundo acadêmico e na vida pessoal. Os relatos são apresentados em forma de carta, um recurso metodologicamente criativo, conforme Figueiredo (2015), que aproxima a narrativa de acontecimentos em diálogo com autoras negras, preferencialmente. Ao relatar sua experiência, a autora toma a ideia de espelhos que se constroem e são construídos a partir de vivências acadêmicas. Ao utilizar o “tornar-se negro”, conceito cunhado por Neuza Santos Souza (1983), como fio de condução desse diálogo, é possível refletir com criticidade sobre as dificuldades e apagamentos na difusão de pensadoras e pensadores negros na ciência, principalmente em ciências sociais aplicadas. Dessa forma, este trabalho sugere uma (re)descontrução dos componentes curriculares em todos os cursos do ensino superior para que discussões e conhecimentos produzidos no Brasil incorporem os saberes da intelectualidade negra desse país, efetivando a transformação social.
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