Práticas pedagógicas interculturais e decoloniais: sonhar com o futuro como práxis subversiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/odeere.v9i3.15578

Palavras-chave:

Interculturalidade, Decolonidade, Didática crítica, Formação continuada, Escola Afro-Brasileira Maria Felipa

Resumo

O referido artigo propõe apresentar uma reflexão diante da contribuição de uma didática crítica intercultural e decolonial para a construção de novas formas de se viver em sociedade. Baseando na teoria de Vera Candau, o texto busca evidenciar a importância de uma educação que valorize a diversidade cultural, com ênfase na promoção da equidade racial, além dos desafios encontrados tanto nas questões estruturais da educação, tanto nas forças que buscam uma internacionalização e padronização de práticas pedagógicas. Para a exposição dessas ideias, foi feita a análise de partes do Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola Afro-Brasileira Maria Felipa, localizada na cidade de Salvador, Bahia, cuja a intencionalidade da proposta pedagógica tem como intuito, desde sua concepção, em ser uma escola afro-brasileira. A escola possui um currículo voltado para a redução das desigualdades raciais, assim como na valorização e promoção da cultura preta e afro-brasileira. O texto ressalta ainda, a importância de práticas pedagógicas interculturais e decoloniais que celebrem as múltiplas identidades e culturas como maneira a se sonhar com futuros possíveis, assim com o papel crucial da formação continuada de professores, para que estes se sintam aptos e seguros para incluírem a diversidade como parte fundamental de uma educação transformadora.

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Biografia do Autor

Nathália Cristina Lemes Simão, Universidade Federal de Goiás

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás (2019) e especialização em História, Cultura Africana e Afro-Brasileira e Educação das Relações Étnico Raciais pela Universidade Federal de Goiás(2022). Atualmente é mestranda no Programa de Pós Graduação em Educação, da linha de pesquisa Cultura e Processos Educacionais orientada pelo professor Dr. Márcio Penna Corte Real. Tem experiência na área de educação, com ênfase em práticas pedagógicas antirracistas na educação basica, atendimento particular individualizado e fazer manual, como produção manual de zines e produções independentes e bonecas Abayomi. É membro do Grupo de estudos, pesquisa e extensão Geninhas em Movimento na Práxis para uma Educação Antirracista (UFG/IFG), Núcleo de estudos Afrodescendentes e Indígenas (NEADI/ UFG), e Movimento Negro Unificado (MNU/GO).

Núria Lorenzo Ramírez, Universidad de Barcelona

Doutora em Educação pela Universidade de Barcelona (UB). Pedagoga (UB) e Diploma em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela Escola de Jordi Rubió i Balaguer. Profesora Titular de Universidad en el Departamento de Didáctica y Organización Educativa de la UB. Miembre del Instituto de Investigación Educativa de la UB y del Grupo de Investigación GREDI.

João Henrique Suanno, Universidade Estadual de Goiás

 Pós-Doutor em Educação pela Universidade de Barcelona/ES (2014). Doutor em Educação pela Universidade Católica de Brasília/DF (2013). Mestre em Educação Universidad de la Habana/PUC-GO (2006). Especialista em Psicopedagogia pela UCG/GO (1994). Bacharel e Licenciado em Psicologia UCG/GO (1991). Professor do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias PPG – IELT da Universidade Estadual de Goiás. Professor titular e dedicação exclusiva da Universidade Estadual de Goiás – UEG. Líder do Grupo de Pesquisa em Rede Internacional Investigando Escolas Criativas e Inovadoras, DGP/CNPq. Membro do grupo de pesquisa ECOTRANSD – Ecologia dos Saberes, Transdisciplinaridade e Educação. Membro do grupo de pesquisa DIDAKTIKÉ – Estudos e Pesquisa sobre Didática FE/UFG. Membro da Rede Internacional de Escolas Criativas – RIEC/UB e RIEC/Brasil.

Marilza Vanessa Rosa Suanno, Universidade Federal de Goiás

Doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UCB). Doutorado sanduíche na Universidade de Barcelona (UB). Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). Pedagoga pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora efetiva do curso de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás - PPGE/FE/UFG.  Coordenadora do DIDAKTIKÉ - Grupo de Estudos e Pesquisas em Didática e Questões Contemporâneas: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7805627761585698

Márcio Penna Corte Real, Universidade Federal de Goiás

Márcio Penna Corte Real é Doutor em Educação pela UFSC (2006); Mestre em Educação (2001) e Licenciado em Música (1999), ambos pela UFSM. Professor da Faculdade de Educação da UFG. Atua na graduação, no Curso de Licenciatura em Pedagogia, na disciplina de Educação e Música; e no PPGE/FE/UFG, na Linha de Pesquisa Cultura e Processos Educacionais. Investiga temas pertinentes às relações entre cultura, arte e educação e às práticas culturais dos afrodescendentes. Atualmente, tem se dedicado à crítica do pensamento social brasileiro a partir de autores e autoras negros e negras como Kabengele Munanga, Lélia Gonzalez e Conceição Evaristo. 

Marcos Fernandes-Sobrinho, Instituto Federal Goiano

 Professor Titular do Instituto Federal Goiano, advogado e consultor. Doutor em Educação em Ciências e Matemática (UnB), com pós-doutorado em Direito Público (Universidad de Las Palmas, Espanha). Licenciado em Física (UFU), bacharel em Direito (UEG) e em Administração (FAAB). Atua como docente permanente e coordenador em programas de pós-graduação (PPGEnEB/IFGoiano e PPGGO/UFCAT). Líder do Grupo de Pesquisa EduCAME/CNPq - Educação Científica, Avaliação e Materiais em Ensino. 

Referências

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Publicado

2024-12-19

Como Citar

Lemes Simão, N. C., Lorenzo Ramírez, N. ., Suanno, J. H. ., Rosa Suanno, M. V. ., Penna Corte Real, M. ., & Fernandes-Sobrinho, M. . (2024). Práticas pedagógicas interculturais e decoloniais: sonhar com o futuro como práxis subversiva. ODEERE, 9(3), 223-246. https://doi.org/10.22481/odeere.v9i3.15578