Análise das internações por infarto agudo do miocárdio em Uberlândia durante a pandemia da covid-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/rsc.v18i4.11286

Palavras-chave:

Epidemiologia, Infarto do miocárdio, Pandemia COVID-19

Resumo

O presente estudo tem como objetivo analisar a ocorrência de infarto agudo do miocárdio e o perfil epidemiológico durante a pandemia de COVID-19 em Uberlândia, além de discutir possíveis causas e sugerir estratégias de enfretamento. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e quantitativo acerca dos casos de infarto agudo do miocárdio no município de Uberlândia no período de 2018-2021, a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Morbidade Hospitalar do Sistema único de Saúde. Os resultados evidenciaram queda de 23,4 % nas internações por infarto agudo do miocárdio em comparação com os anos de 2018 e 2019, sendo o ano de 2021 aquele com menor incidência de internações (71,6). Houve aumento de 19,2% na taxa de mortalidade entre os anos da pandemia. Não ocorreu alteração no perfil epidemiológico sendo mais expressiva internações no sexo masculino (65,4%), na faixa etária de 50-59 anos (23,6%) e na cor branca (45,1%) e os óbitos no sexo masculino (60,4%), na faixa etária de 80 anos ou mais (36,5%) e na cor branca (56,3%). Conclui-se que as medidas de isolamento somada reestruturação do fluxo e dinâmica hospitalar motivaram a baixa procura por atendimento traduzindo uma subnotificação dos infartos e aumento da mortalidade por apresentação tardia. Esse fato ressalta a importância do planejamento em saúde, a fim de reduzir o dano colateral cardíaco proporcionado pela COVID-19.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcela Gomes de Souza, Universidade Federal de Uberlândia

Graduanda em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia- UFU. Atuou como membro da Liga Acadêmica de Cardiologia onde desenvolveu pesquisas relacionadas a área. Atualmente, colaboradora do projeto de extensão GABA de popularização da ciência e voluntária de iniciação científica PIVIC (CNPQ) com linha de pesquisa de Vigilância em Saúde e Epidemiologia. 

Samyla de Almeida Silva, Universidade Federal de Uberlândia

Graduanda em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia-UFU, foi coordenadora discente de pesquisa na Liga Acadêmica de Cirurgia Plástica da UFU (LACP-UFU), atualmente é membro da Liga Acadêmica de Cirurgia e Trauma da UFU (LACIT-UFU), monitora da disciplina de Primeiros Socorros e Suporte Básico de Vida do curso de Técnico em Enfermagem da UFU, bolsista de Iniciação Científica PIBIC (CNPq) e do Programa Excelência em Pesquisa (PEP-UFU).

Stefan Vilges de Oliveira, Universidade Federal de Uberlândia

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade da Região da Campanha, especialização em Ecologia pela Universidade do Rio Grande, mestre e doutor em Medicina Tropical pela Universidade de Brasília. Docente do Departamento de Saúde Coletiva e da pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Uberlândia. Experiência na área de Ecoepidemiologia de Zoonoses e Vigilância em Saúde.

Referências

ZITELNY, E; NEWMAN, N; ZHAO, D. STEMI during the COVID-19 Pandemic - An Evaluation of Incidence. Cardiovascular Pathology, v. 48, 2020.

GUIMARÃES, RB et al. Síndromes Coronarianas Agudas no Contexto Atual da Pandemia COVID-19. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.114, n.6, 2020.

Organização Mundial de Saúde. OMS: Discurso de abertura do Diretor-Geral na coletiva de imprensa sobre o COVID-19. 2020 Disponível em: < https://www.who.int/dg/speeches/detail/who-director-general-s-opening-remarks-at-the-media-briefing-on-covid-19---11-march2020>

ZHENG, YY et al. COVID-19 e o sistema cardiovascular. Nature Reviews Cardiology, v. 17, n. 5, 2020.

ROBERTSON, MM et al. Cohort profile: a national, community-based prospective cohort study of SARS-CoV-2 pandemic outcomes in the USA-the CHASING COVID Cohort study. BMJ Open, v. 11, n. 9, 2021. http://dx.doi. org/10.1136/bmjopen-2021- 048778

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública| Doença pelo Coronavírus 2019 (COE-COVID19). Boletim Epidemiológico Especial COE-COVID19 Semana Epidemiológica 21 (17 a 23/05). Minestério da Saúde, 2020. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/May/29/2020-05-25---BEE17---Boletim-do-COE.pdf. Acesso em 24 set. 2021.

KWOK, CS et al. Impact of COVID-19 on percutaneous coronary intervention for ST-elevation myocardial infarction. Heart,v.106, n.23, 2020.

ALVES, THE et al. Análise de óbitos domiciliares e hospitalares por causas respiratórias e cardiovasculares durante a pandemia da COVID-19 em Minas Gerais. Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia, v. 8, n. 3, 2020.

SILVA, PGMB et al. Redução no Número de Pacientes com Síndrome Coronariana Aguda Suspeita e Confirmada nos Primeiros Meses da Pandemia da Covid-19: Análise de uma Rede Brasileira. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 116, n. 5, 2020.

DE FILIPPO, O et al. Taxa reduzida de internações hospitalares por SCA durante o surto de Covid-19 no norte da Itália. New England Journal of Medicine, v. 383, n. 1, 2020.

GARCIA, S et al. Reduction in ST-segment elevation cardiac catheterization laboratory activations in the United States during COVID-19 pandemic. Journal of the American College of Cardiology, v. 75, n. 22, 2020.

METZLER, B et al. Decline of acute coronary syndrome admissions in Austria since the outbreak of COVID-19: the pandemic response causes cardiac collateral damage. European Heart Journal , v. 41, n. 19, 2020.

RODRÍGUEZ-LEOR, O et al. Impacto de la pandemia de COVID-19 sobre la actividad asistencial en cardiología intervencionista en España. REC: interventional cardiology, v. 2, n. 2, 2020.

TARANTINI, L et al. Essere cardiologo ai tempi del SARS-COVID-19: è tempo di riconsiderare il nostro modo di lavorare?. G Ital Cardiol (Rome), v. 21, n.5, 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS, 2021. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?popsvs/cnv/popbr.def. Acesso em: 25 set. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS, 2021. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/. Acesso em: 25 set. 2021.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Panorama das Cidades e Estados. Uberlândia: IBGE: 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/uberlandia/panorama. Acesso em: 20 abr. 2022.

BRASIL. Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Conselho Nacional de Saúde, 2016.

ABREU, SLL et al. Óbitos intra e extra-hospitalares por infarto agudo do miocárdio nas capitais brasileiras. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 117, p. 319-326, 2021.

Organização Mundial de Saúde. OMS revela principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo entre 2000 e 2019. Genebra: Organização Mundial de Saúde; 2020.

ALVAREZ, ACC; DE SOUSA, EJS; REZENDE, RWDS. Características Epidemiológicas de Pacientes Hospitalizados com IAM em Belém-PA. AMAZÔNIA: SCIENCE & HEALTH, v. 9, n. 1, p. 69-78, 2021.

OLIVEIRA, M et al. A Cardiologia na Pandemia COVID-19: Que Impacto na Atividade Clínica? Cardiology in the Pandemic COVID-19: What is the Impact in Clinical Activity. Gazeta Médica, 2020.

NORMANDO, PG et al. Redução na Hospitalização e Aumento na Mortalidade por Doenças Cardiovasculares durante a Pandemia da COVID-19 no Brasil. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2021.

CINTRA, IF et al. Infarto agudo do miocárdio no brasil e regiões: Impacto da pandemia da covid-19 na taxa de mortalidade e hospitalizações. Diálogos & Ciência, v. 1, n. 42, p. 76-86, 2021.

OLIVEIRA, GMM et al. Estatística Cardiovascular–Brasil 2021. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 118, p. 115-373, 2022.

Boletim Epidemiológico de Uberlândia (BEUDI). Boletim Mensal COVID-19. 2021. Acesso em 04 jul. 20222. Disponível em: https://beudiufu.wixsite.com/website

DE SOUSA, CDK et al. Perfil epidemiológico da COVID-19 no Estado do Espírito Santo, Brasil, de março de 2020 a junho 2021. J Hum Growth Dev, v. 31, n. 3, p. 507-520, 2021.

TAM, CCF et al. Impact of coronavirus disease 2019 (COVID-19) outbreak on ST-segment–elevation myocardial infarction care in Hong Kong, China. Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes, v. 13, n. 4, p. e006631, 2020.

DIAS, JL et al. Análise epidemiológica de infarto agudo do miocárdio e outras doenças isquêmicas do coração no Brasil nos últimos 10 anos. Revista de Saúde, v. 13, n. 1, p. 73-77,

FRAGA, CL et al. Equidade entre Sexos no Acesso à Reperfusão no Infarto Agudo do Miocárdio: Um Longo Caminho a ser Percorrido. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 116, p. 704-705, 2021.

RODRIGUES, JA et al. Preditores de apresentação tardia em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 111, p. 587-593, 2018.

BULOW, L et al. Incidência de síndromes coronarianas agudas no período da pandemia da COVID-19 em serviço de referência em atendimento de cardiologia na cidade de Curitiba. J Transcat Intervent, v. 30, p. -, 2022.

TANNO, LK et al. Undernotification of anaphylaxis deaths in Brazil due to difficult coding under the ICD‐10. Allergy, v. 67, n. 6, p. 783-789, 2012.

Downloads

Publicado

2022-12-30

Como Citar

Gomes de Souza, M. ., de Almeida Silva, S. ., & Vilges de Oliveira, S. (2022). Análise das internações por infarto agudo do miocárdio em Uberlândia durante a pandemia da covid-19. Saúde.Com, 18(4). https://doi.org/10.22481/rsc.v18i4.11286

Edição

Seção

Artigos originais