Disparidades raciais no rastreamento dos cânceres femininos no Brasil, PNS 2019
DOI:
https://doi.org/10.22481/rsc.v20i3.14425Palabras clave:
Neoplasias da Mama, Neoplasias do Colo do Útero, Fatores Raciais, Disparidades Socioeconômicas em Saúde, Programas de Rastreamento; Saúde PúblicaResumen
Objetivou-se testar a relação entre a raça/cor e os indicadores de rastreamento para câncer feminino (mama e colo do útero) entre mulheres brasileiras. Estudo transversal com dados de mulheres com idade de 25 a 69 anos, da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 (PNS 2019). Realizou-se análise descritiva por meio de medidas de frequência, bem como seus intervalos de confiança, estratificada segundo raça/cor. As coberturas de rastreamento adequado para câncer de mama, câncer de colo do útero e rastreamento completo foram estimadas e as diferenças foram testadas por meio do teste qui-quadrado de Pearson, considerando um nível de 5% de significância. A PNS 2019 teve seu projeto aprovado sob o n° 3.529.376 pela Comissão Nacional de ética em Pesquisa (CONEP), do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados encontraram disparidades raciais na distribuição da população, havendo maior proporção de mulheres pretas e pardas com rendas mais baixas e menor proporção delas em escolaridades mais altas. Contatou-se que o aumento de renda e de escolaridade foram relacionados a maiores coberturas de rastreamento de câncer feminino. Por último, menores coberturas de rastreio para câncer do colo do útero e para o rastreamento completo (mama e colo do útero) foram verificadas entre as mulheres pretas e pardas. Concluiu-se que existe relação entre raça/cor e alguns indicadores de rastreamento para câncer feminino.
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