Interculturalidade crítica e ecologia dos saberes: uma contraposição ao monopólio de uma cultura como patrimônio universal da humanidade
DOI:
https://doi.org/10.22481/aprender.i32.14452Palavras-chave:
Interculturalidade Crítica, Ecologia dos Saberes, MulticulturalismoResumo
A interculturalidade crítica pretende colaborar na construção de uma sociedade mais justa, diversa, plural e democrática, contrapondo a monocultura que se formou no ocidente e que se espalhou por todo o mundo. A Ecologia dos Saberes parte da crítica a supressão dos saberes de povos e nações colonizadas, consideradas subalternas, marginais e subdesenvolvidas. Ambas perspectivas fazem críticas ao colonialismo como forma de dominação nas suas mais diferentes formas (saber, ser e poder), além de posicionar-se contra a ideia de uma cultura hegemônica e universal da humanidade. Partindo do encontro e entrelaçamento desses dois posicionamentos, somos interpelados pela seguinte questão: como a interculturalidade crítica e a Ecologia de Saberes podem contribuir no enfrentamento ao multiculturalismo e ideia de uma epistemologia hegemônica universal? Metodologicamente, é um estudo qualitativo, histórico e documental inspirado em autores como Fornet-Betancourt (2004), Catherine Walsh (2013), Boaventura Santos (2010), Raimon Panikkar (2002) entre outros. O objetivo é analisar os principais pressupostos da interculturalidade crítica e Ecologia de Saberes como forma de enfrentamento ao multiculturalismo e a hegemonia epistemológica. Numa primeira leitura, é possível afirmar que ambas perspectivas são fundamentais para confrontar a tese de cultura e epistemologia hegemônica universal.
ABSTRACT Critical interculturality aims to collaborate in the construction of a more just, diverse, plural and democratic society, countering the monoculture that was formed in the West and has spread throughout the world. The Ecology of Knowledge is based on a critique of the suppression of the knowledge of colonized peoples and nations, considered subaltern, marginal and underdeveloped. Both perspectives criticize colonialism as a form of domination in all its different forms (knowledge, being and power), as well as opposing the idea of a hegemonic and universal culture of humanity. Starting from the encounter and intertwining of these two positions, we are challenged by the following question: how can critical interculturality and the Ecology of Knowledge contribute to confronting multiculturalism and the idea of a universal hegemonic epistemology? Methodologically, this is a qualitative, historical and documentary study inspired by authors such as Fornet-Betancourt (2004), Catherine Walsh (2013), Boaventura Santos (2010), Raimon Panikkar (2002) and others. The aim is to analyze the main assumptions of critical interculturality and the Ecology of Knowledge as a way of confronting multiculturalism and epistemological hegemony. On first reading, it is possible to affirm that both perspectives are fundamental to confronting the thesis of universal hegemonic culture and epistemology.
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