Por uma educação TRANSgressora e TRANSfeminista: Possíveis enfrentamentos à produção das ausências através da disciplinarização e subjetivação
DOI:
https://doi.org/10.22481/aprender.v0i20.4553Resumo
Este trabalho tem como objetivo problematizar, segundo uma perspetiva feminista crítica, o lugar das
pessoas trans (i.e. pessoas cujas identidades não correspondem ao sexo atribuído no nascimento) no contexto
educativo. Neste sentido, em um primeiro momento do trabalho, realiza-se uma revisão teórica sobre como os
processos de categorização têm contribuido, em conjunto com as instituições e os discursos sociais, políticos e
científicos, para a discriminação e violência contra as pessoas trans. No segundo momento deste trabalho, se
pretende problematizar o contexto educativo através de um encontro entre dois autores: Michel Foucault e bell
hooks. Com o primeiro, se pretende apresentar conceitos-chaves (disciplina e subjetivação) para melhor
entendermos a dinâmica que faz operar formas distintas de dominação no contexto neoliberal, cujo objetivo
principal é a formação de consumidores-consumiveis, através do controle dos corpos e subjetividades. Ao final
deste trabalho, propomos associar a discussão conceitual de Foucault à proposta da pensadora negra e feminista
bell hooks sobre o importante papel da transgressão. Aqui destacaremos a transgressão como prática pedagógica
que visa diagnosticar como a sociedade que vivemos produz não somente consumidores, mas impõe ausências
sobre diversos individuos, cujos corpos são marginalizados e abjetificados. Destacamos aqui as ausências sobre os
corpos que escapam de uma normatividade endossada, promovida e elogiada por uma sociedade adicta a um
padrão estético-político associado a um tipo de consumo que reitera práticas cisheteronormativas interseccionadas
a outras expressões da manutenção de poder e dominação que se consolidam através das transfobias.