Casas de farinha: muitos saberes e desiguais disputas

Autores

  • Marisa Oliveira Santos

DOI:

https://doi.org/10.22481/ccsa.v21i38.15714

Palavras-chave:

Casas de farinha. Saberes. Trabalho.

Resumo

Esta comunicação tem como ponto de partida os saberes do/no trabalho acervados em casas de farinha por homens e mulheres do campo. O objetivo é entender de que maneira o “saber-fazer” transmitido entre gerações da classe trabalhadora rompe-se da esfera autoral e migra para a base hegemônica de produção. Para tanto, marcos teóricos estruturantes como Marx, Thompson, Hobsbawm, Williams e outros, bem como debates contemporâneos fundamentados em Ciavatta, Vendramini, Kuenzer e outros respaldam a discussão. Ao término da apresentação dos achados e das contribuições da empiria, verificou-se que o sequestro ou a destituição dos saberes vai revelando a frágil condição de vida e de trabalho no campo, bem como a desigual condição de produção entre as partes na disputa pelos saberes do/no trabalho. 

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Biografia do Autor

Marisa Oliveira Santos

Professora Doutora em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Membro Titular do Grupo de Pesquisa História, Trabalho e Educação do Museu Pedagógico da UESB. Professora Adjunta do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCSA/UESB).

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Publicado

2024-12-20

Como Citar

Oliveira Santos , M. . (2024). Casas de farinha: muitos saberes e desiguais disputas. Cadernos De Ciências Sociais Aplicadas, 21(38), 161-176. https://doi.org/10.22481/ccsa.v21i38.15714

Edição

Seção

Seção Especial "Diálogos Científicos em Ciências Sociais Aplicadas"